Para governo, greve da PC acontece em “momento inoportuno”

Para governo, greve da PC acontece em “momento inoportuno”

O governador foi vencido pelos números. Em temos de vacas magras, ele dobrou-se, literalmente, à realidade imposta pela LRF.

Não vai dar reajuste aos servidores públicos porque a lei não permite e porque não tem dinheiro em caixa. E ponto final (ou quase).

Renan Filho sabe que essa decisão significa um imenso desgaste com o funcionalismo, setor que se já não tem mais o mesmo peso de antes ainda é muito importante no mundo político e eleitoral.

No entanto, a maior preocupação do governador e sua equipe é com os “efeitos colaterais” que serão provocados pela insatisfação generalizada do funcionalismo e pela paralisação de servidores, a começar pela greve por tempo  indeterminado da polícia civil, decretada na sexta-feira, 22.

Para o governo, avalia um importante servidor do Palácio dos Palmares, a greve da PC foi decretada num “péssimo” momento: “a greve vem justo agora, quando o estado está conseguindo reduzir os índices de violência e de homicídios fortemente”, aponta.

Dados que chegaram ao governador apontavam, até a semana passada, para uma queda de 50% no número de homicídios neste mês de maio. A redução seria mais acentuada em Maceió, onde poderia chegar a mais de 60%.

A equipe do governador avalia que a greve da polícia civil pode prejudicar o trabalho que vem sendo realizado na segurança, justo a área em que o governo tem tido, até o momento, melhor desempenho.

Apesar do “inconveniente”, o governo não parece disposto a ceder nas reivindicações feitas pelo Sindipol. Os policiais querem a implantação do PCCS para todos os policiais, reposição das perdas salariais e um piso de 60% do salário de delegado.

Impacto

O comando de greve apresentou ao delegado geral, Paulo Cerqueira, a pauta de reivindicações dos policiais: pagamento retroativo das progressões do Plano de Cargos, Carreiras e Subsídios (PCCS), o enquadramento dos aposentados, o fim do número de cotas para progressão, IPCA mais ganho real, piso salarial de 60% da remuneração dos delegados de polícia, pagamento de risco de vida (periculosidade e insalubridade), entre outros.

Somente com a implantação de 40 processos de PCCS, em média, por mês, o impacto,segundo o “importante servidor”, chega a R$ 100 mil. Se desse o retroativo a janeiro, como querem os policiais, o governo calcula que o impacto real seria de R$ 1,2 milhão por mês: “o estado não tem caixa para isso”, resume. EJ

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Redação

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