‘Onda de demissões’ aumenta e Alagoas perde  mais de 15 mil empregos em 2015

‘Onda de demissões’ aumenta e Alagoas perde  mais de 15 mil empregos em 2015

A crise econômica nacional começa a afetar fortemente o mercado de trabalho formal em Alagoas, setor que “nadava de braçadas” até 2013 e teve desempenho acima da média nacional em 2014 no Estado.

Em abril deste ano, segundo dados do relatório do Caged/ Ministério do Trabalho e Alagoas registrou 8.504 admissões e 21.773 demissões, fechando ou com saldo negativo de -13.269 empregos postos de trabalho com carteira assinada, com variação negativa de -3,63% em relação ao estoque do mês anterior.

Os dados do Ministério do Trabalho  mostram que somente nos quatro primeiros meses deste ano Alagoas registrou 40.173 admissões e 55.607 demissões, registrando saldo negativo de -15.434 empregos em 2015. A redução sobre igual período do ano anterior é -4,19%.

A ‘onda de demissões’ que começou a ser sentida em abril, com a perda de 2,1 mil postos de trabalho, tende a se agravar, não somente com os dados de abril, mas também pela falta de perspectivas no curto prazo de geração de empregos em setores significativos da economia.  A expectativa, infelizmente, é de aumento das demissões até o final do primeiro semestre.

Em parte o saldo negativo se deve aos desligamentos registrados no setor sucroalcooleiro, que encerrou a safra, na maioria das usinas do estado,  em abril. Mas não é só.

Os efeitos mais negativos da desaceleração da economia podem ser percebidos em segmentos específicos como a indústria de transformação (no caso alagoano, principalmente setor sucroalcooleiro) e comércio. Esses setores são os que mais fecharam postos de trabalho no Estado.A construção civil fechou o mês com saldo positivo, mas registra saldo negativo no acumulado do ano (veja tabela)

As maiores baixas foram registradas nos setores da agropecuária (-238 vagas),  indústria de transformação (-13.064) e comércio (-193). Os setores que criaram mais vagas em março foram construção civil (104 vagas), e serviços (59) e serviços de utilidade pública (37).

Setor de serviços perde capacidade de gerar novos empregos

O setor de serviços foi um dos poucos que registrou saldo positivo, mas parece ter perdido sua capacidade de gerar novos empregos. Em abril foram gerados apenas 59 novos postos de trabalho neste setor no estado.

Em março, o setor de serviços gerou 1.571 postos de trabalho no Estado. No acumulado do ano o saldo positivo é de 3.322 empregos e nos últimos doze meses o setor gerou 8.685 empregos. É justo neste dado – o de geração de empregos em doze meses – que a desaceleração fica evidente. Até março de 2015, o saldo de doze meses era de 9.112 e caiu em abril para 8.685.

caged al abril

Maceió e Arapiraca

As duas maiores cidades de  Alagoas tiveram comportamento semelhantes no mercado de trabalho, fechando com pequeno crescimento.

Arapiraca que registram bom saldo no ano (1.889 novos empregos), no entanto só gerou 5 novos empregos com carteira assinada em abril, uma variação de apenas 0,02% em relação ao mês anterior. A capital do agreste parece começar a sofrer os também com os efeitos da crise nacional.

Maceió apresentou em abril uma leve recuperação. No mês a capital do Estado gerou 365 novos empregos formais, o que  ajudou a diminuir o saldo negativo de empregos no ano, que caiu, no primeiro quadrimestre para -55 vagas, em situação de estabilidade. No entanto, nos últimos doze meses a capital alagoana gerou 3.803 novos postos de trabalho, mais da metade dos postos de trabalho gerados no estado.

 

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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