Trabalhadores rurais resistem no parcelamento de rescisões nas usinas

Trabalhadores rurais resistem no parcelamento de rescisões nas usinas

A expectativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Alagoas é que sejam demitidos de 25 mil a 30 mil trabalhadores rurais das usinas de Alagoas nas próximas semanas.

As demissões ganham “corpo”, agora, por conta do encerramento da safra na maioria das indústrias do Estado. As usinas que ainda estão em operação devem encerrar a moagem até o próximo dia 20.

As demissões, de acordo com o secretário de Assalariados da Fetag/AL, Cícero Domingos, são “normais” para o pessoal safrista. Apesar disso, ele reconhece que existe o risco de descontentamento e até protestos porque algumas usinas querem parcelar o pagamento das recisões.

“Recebemos a proposta de parcelamento das recisões em até cinco vezes. Agora eles querem parcelar em três vezes. Mas já avisamos que não tem acordo nessa questão. O pessoal não aceita parcelar a rescisão. os trabalhadores rurais não querem nem ouvir falar nisso”, explica.

A proposta foi debatida nesta quarta-feira, 29, em reunião na sede do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas, pelo presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, e empresários do setor, com o presidente da Fetag/Alagoas, Genivaldo Oliveira e diretores da entidade.

Na reunião, Oliveira adiantou que os trabalhadores rurais aceitam reduzir em até 20% a jornada de trabalho e os salários, mas avisou que a proposta de parcelamento não foi aceita. “Essa questão estão fora de pauta”, apontou.

Bolsa qualificação

Durante a reunião, o presidente do Sindaçúcar-AL anunciou que as usinas de Alagoas vão fortalecer o programa Bolsa Qualificação. O objetivo, explica, é reduzir o volume de demissões durante a entressafra da cana: “as empresas estão aumentando o acesso a esse programa que além de evitar a demissão garante a renda e capacitação dos trabalhadores”, aponta.

De acordo com Pedro Robério, a entressafra será “muito dura”, por conta das dificuldades financeiras das usinas: “as empresas estão sem acesso aos bancos, com sérias dificuldades de caixa. Ainda assim estamos procurando alternativas para honrar os compromissos e manter ao máximo os empregos”, pondera.

Sem acesso

O secretário de Assalariados da Fetag/AL explica, no entanto, que nem todos os trabalhadores rurais demitidos poderão participar do bolsa qualificação, programa do Ministério do Trabalho e Emprego, mantido com recursos do FAT: “é importante esclarecer que só pode participar do bolsa qualificação quem tem direito ao seguro desemprego, o normalmente é uma minoria”.

Domingos diz que a Fetag/AL também trabalha para reativar o programa Amigo Trabalhador em Alagoas: “o governador assumiu o compromisso de beneficiar pelo menos 2 mil trabalhadores rurais nesta entressafra. Vamos pedir que ele amplie esse número e que garanta uma renda de pelo menos meio salário mínimo para os trabalhadores ”, aponta.

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Redação

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