MS divulga pesquisa sobre hábitos alimentares dos brasileiros

Em Maceió, apenas 22% dos entrevistados consome a quantidade de frutas e hortaliças recomendada pela OMS
MS divulga pesquisa sobre hábitos alimentares dos brasileiros

Os últimos dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2014), realizada pelo Ministério da Saúde (MS) para a prevenção de doenças crônicas, revelou alguns ‘pecados’ que a população brasileira comete na hora das refeições. Os brasileiros comem muita carne e pouca salada e só 24% da população consome a quantidade de frutas, verduras e legumes recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O MS realiza a pesquisa por telefone em todo o país há oito anos. Os novos dados, do ano de 2014, mostram que alguns hábitos ruins estão diminuindo, mas mostram também que apenas um quarto da população brasileira (24,1%) faz a ingestão necessária de frutas e hortaliças, que é de pelo menos 400 gramas desses alimentos diariamente. Em Maceió, por exemplo, apenas 22% consome esses alimentos em cinco ou mais dias da semana.

Para a nutricionista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Yana Melo, com base nesse índice apresentado nas capitais brasileiras e, principalmente, em Maceió, a meta é estimular a população para o consumo de uma alimentação segura e saudável. “A mudança de hábito alimentar é capaz de promover a saúde com mais qualidade de vida, reduzindo a obesidade, hipertensão, diabetes e outras doenças”, informou a nutricionista.

Seis Refeições

De acordo Yana Melo, a recomendação é fazer as seis refeições diárias. As frutas podem ser consumidas no café da manhã e nos lanches, já o suco de frutas pode acompanhar qualquer uma das refeições. As verduras e legumes, cruas ou cozidas, devem estar presentes na hora do almoço e do jantar. “É preferível carnes magras – sem gordura – ou mesmo carnes brancas, como peixe ou frango, pois são mais saudáveis”, acrescentou a nutricionista.

O estudo mostra que 29,4% da população ainda consome carne com excesso de gordura, apesar de o índice ter apresentado queda ao longo dos anos – que era de 32,3% em 2007. Os homens consomem duas vezes mais, com 38,4%, enquanto entre as mulheres o índice cai para 21,7%. Em Maceió, 31,6% da população tem a carne com excesso de gordura no cardápio – um índice acima da média nacional.

A pesquisa apontou também que o brasileiro tem diminuído a ingestão de refrigerante. O consumo desse produto diminuiu 20% nos últimos seis anos. No entanto, mais de 20,8% da população faz uso de refrigerantes cinco vezes ou mais na semana (23,9% entre os homens e 18,2% entre as mulheres). Em Maceió, o índice caiu para 15%, ficando abaixo da média nacional.

Quando se trata do alimento mais consumido pelos brasileiros, o Vigitel mostrou que o consumo regular de feijão em cinco ou mais dias na semana é de 66%. Neste item, o percentual foi maior entre os homens (73%) e menor entre as mulheres (61%). No Brasil, esse índice não tem se alterado ao longo dos anos. Em Maceió, o consumo é de 70,4% – número maior que a média nacional.

Prevenção de doenças

Pela praticidade, as pessoas têm o hábito de consumir produtos industrializados. No entanto, essa escolha é um erro que prejudica a qualidade de vida da população. Isso porque, segundo a nutricionista Yana Melo, os alimentos industrializados possuem grande quantidade de sódio, gordura, açúcar e conservante.

“Prefiram sempre alimentos in natura, ou minimamente processados, e preparações culinárias a alimentos ultra processados”, alertou Yana. Conforme a explicação da nutricionista, os alimentos in natura, são as frutas e verduras, encontradas na natureza. Já como exemplo dos minimamente processados, temos o arroz, que precisa ser descascado para ser consumido.

Os alimentos ultraprocessados são os industrializados, como barras de cereais e macarrão instantâneos. E estes podem levar a doenças crônicas, como diabetes, obesidade e hipertensão.

Campanha

Com foco na Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), o MS lança a campanha “Da Saúde se Cuida Todos os Dias”, com o objetivo de incentivar mudanças de comportamento individuais, reconhecendo que a saúde não é fruto apenas da vontade própria, mas também dos contextos social, econômico, político e cultural em que estão inseridos. Ao longo do ano, oito temas serão abordados, iniciando com o Incentivo à Alimentação Saudável.


Agência Alagoas

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