Renan Filho pede cautela e assegura que reserva técnica não foi esquecida

Governador cedeu entrevista ao Cidade Alerta e falou sobre segurança e investimentos no combate à violência
Renan Filho pede cautela e assegura que reserva técnica não foi esquecida

O governador Renan Filho comentou na noite da última segunda-feira, 6, a queda dos índices da violência em Alagoas. Ao jornalista Oscar de Melo e aos telespectadores do programa Cidade Alerta Alagoas, da TV Pajuçara, afiliada da Rede Record no estado, o gestor assegurou que a reserva técnica da Polícia Militar não foi esquecida e que está trabalhando para reverter a imposição legal – imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Entre outras nuances, Renan Filho lembrou que após a redução das ocorrências violentas durante o Carnaval, e no apurado do primeiro trimestre foi a vez do feriado de Páscoa registrar nova queda na criminalidade – 33,33%.

Apesar do resultado do primeiro trimestre de 2015 apontar uma redução de 15,89% de ocorrências de mortes violentas (CVLIS), o governador alagoano voltou a confirmar que o tempo não é de comemoração e sim de “arregaçar as mangas” – ainda mais – reforçou.

“Por dois motivos não é tempo de comemorar: estamos no início do governo e ainda temos um estado muito violento, especialmente a nossa capital. Mas o que demonstra a redução demonstra é que estamos no caminho certo. É o que venho dizendo sempre, trabalhando sério vamos chegar onde o alagoano quer”, respondeu Renan Filho.

Ao avaliar positivamente o trabalho e atuação do titular da pasta de Defesa Social, o governador de Alagoas lembrou que ainda é preciso prudência e foco em ações integradas para tirar do estado o status de lugar mais violento do Brasil.

“Alfredo Gaspar de Mendonça se preparou para ser secretário. É promotor de Justiça. Foi responsável pelo Gecoc [Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas] do Ministério Público. Era membro do Conselho de Segurança. Conhece o sistema prisional alagoano. Conhece a Polícia Militar e a Polícia Civil como poucos, pois atuou por muitos anos articulando estas forças. Além de tudo isso, ele tem se dedicado com muito carinho a sua função, tem trabalhado para motivar as tropas, trabalhado no combate à impunidade, na elucidação de crime, porque é uma das principais missões do Estado. O Estado que não pune, estimula a violência. O desprendimento de Alfredo tem ajudado muito na redução da criminalidade em Alagoas e com muita prudência, com muita calma, temos muito a fazer para tirar de Alagoas este título de estado mais violento da federação”, avaliou.

Sobre a reserva técnica da segurança, Renan Filho voltou a pedir cautela. Entretanto, reconhece a importância dos homens e mulheres que fazem parte do contingente que aguarda a convocação do Estado.

“A convocação da reserva técnica é fundamental. São aproximadamente 800 homens que querem muito ajudar a segurança pública de Alagoas. Mas o Estado tem um problema, o Estado está acima do limite máximo da Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF]. E digo isso com muita tranquilidade, porque nunca um governo assumiu uma gestão com o limite máximo estourado”, disse o governador, lembrando que o único gestor estadual na história de Alagoas a herdar isso foi ele próprio.

Renan Filho lamenta a impossibilidade, mas não foge à responsabilidade e confirma que está trabalhando para reverter a imposição legal. “Não há opção, e sim imposição legal. Aliás, o nosso governo já demonstrou que quer reduzir a violência e para diminuir mais é preciso de mais homens na rua. Vamos precisar melhorar a estrutura física; e aí, eu queria dizer que estes primeiros 100 dias, estamos utilizando para planejar a política de segurança do ano inteiro, como para os próximos quatro anos. Vamos entrar com investimentos na estrutura física da Polícia Militar e Polícia Civil, capital e no interior. Nós vamos entrar com a construção das cadeias regionais, para acabar com aquele monte de preso em delegacias, em condições sub-humanas”, disse o governador.

Completando a resposta, ele emendou dizendo que vai utilizar os recursos do Departamento Estadual de Trânsito para financiar a segurança pública estadual. “Vamos utilizar os recursos do Detran-AL exclusivamente para a segurança, aí sim, vamos ter mais dinheiro para investir. Gastando mais e melhor em segurança, poderemos sim convocar a reserva técnica. Eu espero que eu tenha permissão legal para fazer isso, convocar a reserva técnica. É um compromisso que tenho. Reafirmo em todos os momentos”, justificou o chefe do Executivo alagoano.

Mudanças administrativas que visam atuar no combate à violência de forma periférica também estão sendo aplicados. A explicação de Renan Filho é clara. A maneira de reprimir a criminalidade dialoga com as pastas da Segurança e Ressocialização, mas há outras frentes.

“Vou criar a Secretaria de Prevenção à Criminalidade, em substituição à Secretaria da Paz. Porque, o que a gente precisa é a criação de políticas públicas para combater a indústria do crime. Se combate com melhor educação, acesso ao esporte, lazer, e vamos articular tudo isso. Fazer funcionar nos bairros mais violentos as escolas, postos de saúde, fazer com que as prefeituras se integrem nisso também. A importância das guardas municipais, fazer funcionar equipamentos públicos do Estado e de outros entes. Precisamos integrar todas as forças. A prevenção, aliada a repressão, é o caminho que vamos seguir para reduzir a violência”, argumentou o governador.

Sobre os problemas ocorridos após o clássico CSA e CRB, no último domingo, 5, a palavra utilizada em resumo pelo governador foi “danoso” para a imagem do futebol e para Alagoas. Para ele, “é preciso uma delegacia volante, que funcione em dias de jogos”.

O governador assegurou que pessoalmente vai discutir com a Federação Alagoana de Futebol e com a Secretaria de Estado da Defesa Social formas de garantir a paz durantes estes dias de jogos. “Recebi diversas mensagens de moradores do bairro do Trapiche, que já não mais suportam aquela batalha campal que há sempre em jogos, especialmente, entre CSA e CRB”, completou Renan Filho.

Agência Alagoas

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate