Asplana alerta: AL vai perder até R$ 120 milhões com ‘sobra’ de cana no campo

Asplana alerta: AL vai perder até R$ 120 milhões com ‘sobra’ de cana no campo

Uma reportagem exibida no programa Globo Rural, da TV Globo, neste domingo, 15, mostra uma realidade antagônica no setor sucroalcooleiro de Alagoas. Se as usinas que aparecem na reportagem vão bem, os fornecedores, alerta o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas, vão mal.

“A reportagem mostrou o aumento de produção em algumas usinas. Mas isso só aconteceu porque foram fechadas quatro indústrias em Alagoas nos últimos dois anos. É por isso que essas empresas estão moendo mais”, enfatiza Lourenço Lopes.

Nas últimas safras foram desativadas as usinas Guaxuma, Uruba, Laginha, Roçadinho e, no ciclo atual, a Santa Maria só começou a moagem no final de fevereiro deste ano, com quatro meses de atraso. Juntas estas usinas tem capacidade de moagem de mais de 6 milhões de toneladas de cana.

As chuvas, de fato, observa o agrônomo Antônio Rosário, ajudaram a aumentar a produtividade dos canaviais em algumas áreas. “Afora a chuva, não se fez mais nada. Nem usina, nem fornecedor teve condições de dar os tratos culturais adequados. Continuamos enfrentando uma séria crise, que afeta principalmente os fornecedores. Por falta de usina, vai bisar cana esse ano no estado”, pondera.

Lourenço Lopes confirma que “infelizmente” os fornecedores de cana de Alagoas serão os maiores prejudicados: “está sobrando cana no campo. Os fornecedores não tem onde moer. Estamos fechando levantamento, mas os fornecedores podem deixar de moer, em todo o estado, até 1 milhão de toneladas de cana”, aponta.

A falta de usinas prejudica não só fornecedores, mas também a economia do estado, alerta o presidente da Asplana: “a moagem de um milhão de toneladas de cana gera um faturamento de mais de R$ 120 milhões em produtos finais, além de gerar empregos, movimentar a economia e gerar impostos. O fechamento das usinas prejudica a todos. É preciso que o governo reveja essa situação”, aponta.

Além de bisar cana, os fornecedores vivem uma realidade diferentes das usinas registram aumento de produção e produtividade: “a maioria dos produtores de cana do estado reclama do atraso no pagamento da matéria-prima e até da falta de usina para moer. As usinas hoje estão moendo a cana própria, dos seus fornecedores mais antigos, dos outros usineiros que fecharam as indústrias para , somente depois disso, se tiver espaço, moer a cana-de-açúcar dos fornecedores das usinas que foram fechadas nos últimos dois anos no estado”, explica Antônio Rosário.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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