Estados produtores de cana debatem políticas para recuperação do setor

Estados produtores de cana debatem políticas para recuperação do setor

Com o propósito de debater políticas de estímulo à cadeia produtiva da cana-de-açúcar no Brasil, governadores e industriais dos sete maiores Estados produtores participaram na manhã desta quinta-feira, 05, em Goiânia/GO, de mais uma reunião do Fórum Nacional Sucroenergético.

“As repercussões negativas da crise que afeta o setor exige uma mobilização organizada de entes públicos e privados para o seu equacionamento. Precisamos sair do cenário de desmonte e voltar a enxergar horizontes de desenvolvimento”, afirmou o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robérgio Nogueira, que participou da reunião representando Alagoas, único Estado da região Nordeste que faz parte dos sete maiores produtores de cana do país.

De acordo com Nogueira, o setor tem uma posição estratégica e relevante no contexto econômico nacional – onde responde por 2% do PIB – social e energético do país, além de ser o segmento determinante na estabilidade social em alguns Estados produtores.

“Alagoas, por exemplo, perdeu receita circulante nas duas últimas safras, pela seca e pela política nacional para o setor, aproximadamente, R$ 2,5 bilhões. Já na região Nordeste essa perda alcançou R$ 6 bilhões”, relatou Nogueira.

Entre os efeitos da crise nacional estão: 80 unidades fechadas; 67 em recuperação judicial; redução da capacidade de moagem em 50 milhões de toneladas de cana; perda de 117 mil empregos diretos, sendo 60 mil só nos últimos dois anos, além de uma dívida acumulada de R$ 70 bilhões.

No encontro, o presidente do Sindaçúcar-AL apresentou propostas para  a retomada do desenvolvimento do setor, a exemplo do marco regulatório estável. “É necessário o estabelecimento de mecanismos ou mandatos que estabilizem a participação do biocombustível e da bioenergia de forma clara e estável, além de ações que possam assegurar rentabilidade, capacidade de pagamento e retomada dos investimentos e do mercado”, afirmou Pedro Robério.

O presidente do Sindaçúcar-AL destacou ainda a importância da continuidade da majoração da CIDE sobre os combustíveis levando em conta a atualização inflacionária do período em que ela esteve zerada e agregando as externalidades positivas na utilização do etanol como combustível; aceleração da liberação da subvenção; desoneração da folha de pagamento para 1% e a regulamentação do Programa INOVAR estabelecendo estímulos fiscais para  a melhoria dos motores flex, bem como, inserção dos motores a etanol na composição dos carros híbridos.

Outras reivindicações apresentadas no encontro dizem respeito ao alongamento das dívidas que comprometem a capacidade atual de pagamento e retomada de novos empréstimos para investimentos, além do estímulo para a intensificação da irrigação de forma a aumentar a produtividade agrícola e estabilizar a oferta de cana-de-açúcar sem aumento de área cultivada.

Assessoria

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate