Bons tempos em que o alagoano tinha a Companhia Energética de Alagoas. A antiga Ceal, mesmo sob controle do Estado, prestava um serviço de melhor qualidade aos seus consumidores.
Na última década, depois de federalizada, a companhia, agora batizada e Eletrobras Distribuição Alagoas, perdeu a identidade e passou a ser administrada virtualmente, a partir da sede da Eletrobras no Rio de Janeiro.
O resultado é que o serviço que já era ruim fica pior a cada dia. É o que mostra, pelo menos, o Índice Aneel de Satisfação do Consumidor, divulgado na última semana.
O IASC de Alagoas é o pior do Nordeste e um dos piores do Brasil. O desempenho da EDAL vem caindo em todos os itens de avaliação, ano após ano, desde 2009, quando o indicador começou a ser divulgado.
O IASC da EDAL de 2014 que chegou a apenas 52,30 é o menor desde o início da divulgação do índice. O primeiro IASC da distribuidora, em 2009 era de 69,45. Desde então, só vem caindo.
De um total de 100, a pior avaliação da Edal é no item fidelidade (25,86), seguida do valor (31,78), confiança (49,77), qualidade percebida (50,82) e satisfação (52,30). Todos esses indicadores pioraram e estão abaixo da média regional, como mostra a tabela.
Arsal promete cobrar melhorias
A Edal não emitiu nenhuma nota ou explicação sobre o índice. Quem se manifestou, nesta sexta-feira, foi a Arsal. A Agência Reguladora de Serviços promete cobrar melhorias. Nada que não tenha sido prometido antes.
A Arsal promete ainda acompanhar o plano de melhorias determinado pela Aneel. Veja texto distribuído por sua assessoria:
Fornecimento de Energia Elétrica: Arsal acompanha plano determinado pela Aneel para reverter índices negativos
Durante uma reunião ocorrida nessa semana em Brasília, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal) recebeu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) um Diagnóstico do setor energético em relação a 2014. Segundo o documento, no item satisfação do consumidor, a Eletrobras Alagoas é a pior do Nordeste e a terceira pior do País.
Como agência fiscalizadora no Estado (por meio de convênio de descentralização firmado com a Aneel), a Arsal deverá acompanhar o plano de ações de dois anos que será apresentado pela distribuidora à Agência Nacional, em um prazo de 60 dias. Presente à reunião, o presidente da Arsal, Waldo Wanderley, explicou que o plano determinado pela Aneel visa reverter os índices negativos.
Além da Arsal e da Eletrobras, outras agências e concessionárias participaram do encontro, onde foram apresentados também indicativos do equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras e dados da Ouvidoria da Agência Nacional.
Em Alagoas, as reclamações mais frequentes registradas na Ouvidoria da Aneel dizem respeito aos itens: rapidez na volta de energia e fornecimento sem interrupções. Em seguida, surgem queixas associadas ao faturamento, flutuação nos níveis de tensão, atendimento e cobranças indevidas na fatura. No ano passado, a Ouvidoria registrou 538 reclamações 283 somente em Maceió e 6.149 solicitações de informações.
O relatório aponta uma piora de 148% (em relação a 2013) acerca do tempo médio levado pela empresa para responder à Aneel sobre as reclamações dos consumidores. Destaca ainda que o número de interrupções no fornecimento de energia no Estado está acima do estabelecido e classifica a situação econômico-financeira da Eletrobras Alagoas como insustentável.
O objetivo da Aneel é melhorar a prestação do serviço e reduzir o número de reclamações por parte dos consumidores. A Arsal irá acompanhar e fiscalizar a execução do plano, colaborando para que essas metas sejam alcançadas, afirmou Waldo Wanderley.
Ouvidoria
Para registrar reclamações ou sugestões acerca do serviço prestado pela Eletrobras Alagoas, o consumidor deve, primeiramente, procurar à concessionária. Somente caso não tenha sua solicitação atendida satisfatoriamente, pode ligar para o número de discagem gratuita 0800 727-0167 (Ouvidoria Arsal/Aneel) ou se dirigir diretamente para a
Coordenadoria de Energia da Arsal, localizada na sede da agência, no Centro da capital. É importante que o consumidor tenha em mãos o número do protocolo do atendimento na distribuidora.
Independente do registro de ocorrências por parte dos consumidores, a Arsal realiza fiscalizações rotineiras durante todo o ano na área de energia elétrica. As fiscalizações podem resultar em recomendações e até em sanções caso sejam constatadas irregularidades.
As atividades exercidas pela Arsal na regulação do serviço de distribuição de energia tiveram início em abril de 2002, com a celebração do Convênio Aneel/Arsal, tendo como foco principal a fiscalização dos serviços prestados pela então Ceal, hoje Eletrobras Distribuição Alagoas.