O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento realizaram, nesta quinta, dia 5, um encontro com todos os secretários estaduais das duas áreas. Entre os temas debatidos está o Cadastro Ambiental Rural.
O CAR precisa ser concluído até maio. Parte dos secretários pediu no evento a ampliação dos prazos, mas a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, se mostrou resistente.
Izabella e Kátia Abreu, ministra da Agricultura, defenderam o cadastro. Segundo a ministra do Meio Ambiente, o encontro com secretários vai debater estratégias para consolidar o cadastro que, faltando três meses para encerrar o período de inscrição, tem apenas 40% da área agricultável do país cadastrada. Izabella explicou, ainda, que há uma discussão de modernização dos procedimentos para licenciamento. “Está se discutindo como, a partir do CAR, será feito o licenciamento”, disse.
Kátia Abreu argumentou que o CAR dará segurança jurídica e ambiental para o produtor rural, além de facilitar o licenciamento ambiental e a fiscalização. “Com o cadastro rural, não estamos atrás apenas do erro. Queremos mostrar ao mundo nossos ativos em preservação ambiental. Com o CAR teremos instrumento poderoso para o Brasil”, defendeu.
Seca na agropecuária
Durante o encontro, a ministra da Agricultura afirmou que está quase pronto um estudo de impacto da seca na produção de alimentos. O estudo vai mostrar o tamanho dos estoques na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as regiões e produções mais prejudicadas e o nível de umidade em áreas importantes para a agropecuária nacional.
Kátia Abreu explicou que um satélite está monitorando a cada dez dias não apenas o nível de chuvas, mas a umidade do solo para se ter ideia dos impactos que a escassez de água pode causar no abastecimento do país. Segundo ela, até amanhã deve ser entregue à presidente Dilma Rousseff um mapa da crise hídrica e o impacto na produção de alimentos.
“Estamos levantando todo o estoque na Conab e toda produção de chuva para os próximos três meses. Vamos entregar para a presidente um mapa geral do que pode faltar nos próximos meses, pensando em abastecimento e na inflação”, explicou.
A ideia, segundo ela, é mostrar o que pode faltar ou ter a oferta reduzida.
A ministra afirmou, ainda, que grãos não devem faltar, mas disse que há uma preocupação com a região de São Paulo, onde existe o cinturão verde de produção de verduras e legumes. “Estamos fazendo levantamento minucioso com a Secretaria de Agricultura de São Paulo. A Conab vai fazer, a partir de amanhã, esse levantamento”, disse.
Caso a situação seja de redução de oferta ou quebra de safra entre os produtores paulistas, a ministra ponderou que pode ser possível elevar a produção em outras áreas irrigáveis do país.
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O Estadão