Centrais sindicais querem revogação de MPs que mudam regras para benefícios

Centrais sindicais querem revogação de MPs que mudam regras para benefícios

As centrais sindicais farão, no próximo dia 28, um ato nacional para pedir a revogação das medidas provisórias (MP) 664 e 665, anunciadas no fim do ano passado. As duas MPs alteram regras sobre pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego.

“É importante destacar que há consenso das centrais na questão. A compreensão geral é que as medidas do governo retiram direitos”, disse a presidenta em exercício da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro. Esta é a primeira reunião conjunta das organizações sindicais neste ano.

Os representantes das centrais disseram ter sido surpreendidos com o anúncio do governo. “Pegou o movimento sindical completamente despreparado, na véspera do fim do ano, sem que as medidas tivessem sido discutidas”, reclamou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Segundo ele, logo após a eleição, a presidenta Dilma Roussef havia se comprometido em manter uma mesa de diálogo com a representação dos trabalhadores. “As centrais foram apenas comunicadas”, completou.

A representante da CUT destacou que há alternativas para os problemas apontados pelo governo, como o grande número de pessoas acessando o seguro-desemprego, sem prejudicar o trabalhador. “A alta rotatividade é uma realidade. Isso não é desejo dos trabalhadores, mas, pelas medidas tomadas, são eles que pagarão por isso. E as empresas?”, questionou Carmen.

Ela salientou que, ao mudar o prazo mínimo de acesso ao benefício, de seis para 18 meses, as medidas prejudicam o trabalhador mais vulnerável, que é o de mão de obra menos especializada, e os mais jovens.

Antes do Dia Nacional de Mobilização, como as entidades estão chamando o ato previsto para o fim de janeiro, haverá uma reunião com o secretário-geral da Presidência da República, ministro Miguel Rossetto. Além do pedido de revogação das MPs 664 e 665, as centrais pretendem tratar das demissões nas montadoras da região do ABC paulista.

A Volkswagen anunciou 800 dispensas. Para protestar contra as demissões aproximadamente sete mil metalúrgicos participaram de manifestações na segunda-feira (12), interditando trechos das rodovias Anchieta e Imigrantes.

Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah destacou a necessidade de atenção às demissões em outros setores. “Ao iniciar o ano com demissões nas áreas de produção e de comércio, em especial, nas revendas de automóveis, informa-se que também começarão a demitir”, lamentou.

Para o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, as montadoras estão demitindo mesmo com incentivos fiscais. “Não podemos admitir que o governo seja alvo de chantagem”, afirmou.

Também participaram da reunião representantes da Nova Central Sindical de Trabalhadores e da Central dos Trabalhadores do Brasil. No calendário de mobilizações das centrais, há uma marcha prevista para o fim de fevereiro.


Agência Brasil

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