Arapiraca combate agressiva praga agrícola

Praga Helicoverpa armigera aparece no Agreste alagoano em lavouras de feijão, quiabo, amendoim e pimentão
Arapiraca combate agressiva praga agrícola

É na calada da noite que ela age, à espreita das plantações dos agricultores de Alagoas. Na ausência do sol, a Helicoverpa armigera sai para “comer” e, desse modo, destrói a lavoura com facilidade.

Atento às intempéries causadas por esta agressiva praga, o município de Arapiraca foi o primeiro do estado a aplicar o Gemstar, produto à base de vírus que deve solucionar o problema.

O produto líquido Gemstar já foi testado no Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia, com resultados positivos.

“O grande problema desta lagarta é que ela é bastante resistente, tendo uma carcaça espessa e gosmenta, o que interfere na ação de agrotóxicos. E o que acontece, então? O agricultor, ao lançar estes produtos químicos em sua plantação, acaba por matar os predadores naturais da Helicoverpa. É neste instante que há um desequilíbrio e ela se torna praga”, diz Maria José Rufino, gerente de Defesa Sanitária Vegetal da Adeal.

A aplicação e o monitoramento desta lagarta na região se deram devido ao trabalho conjunto da Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semag); Universidade Federal de Alagoas (Ufal), através do Centro de Ciências Agrárias (Ceca); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal); e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A praga aparece no Agreste alagoano em lavouras de feijão, quiabo, amendoim e pimentão. Para tanto, a orientação do técnico em agropecuária da Semag, Wanderson Lourenço, é não aplicar qualquer produto, pois os “inimigos naturais” da Helicoverpa armigera podem morrer, como o bicho-lixeiro, a joaninha e o percevejo. Para isso, a Secretaria Municipal de Agricultura está ao dispor da população arapiraquense para maiores dúvidas.

Luta contra a praga

Utilizando o devido Equipamento de Proteção Individual (EPI), na comunidade Pé Leve Velho, o agricultor José Luiz Barbosa Leite adentra uma plantação de quiabo. Ela está sendo atacada impiedosamente pela praga.

“No começo do ano passado, eu tinha duas tarefas deste legume e esta lagarta nos causou um prejuízo tremendo. Agora, equipado com este ‘remédio’, esperamos um 2015 mais otimista”, diz ele, que tem 39 anos e nunca havia visto uma praga tão resistente.

Ao invés de usar este bioinseticida à base do vírus HZPNV, José Luiz Barbosa Leite utilizou vários agrotóxicos, sem efeito algum. “Perdi tudo e tive que replantar ao menos 80%. Fiquei preocupado porque nada funcionava e temia perder também plantações de melancia, inhame, milho e melancia que tenho por aqui”, comenta.

E completa: “Agora estou muito esperançoso e agradeço o cuidado da Prefeitura de Arapiraca, da Adeal, Embrapa, Ufal, enfim, de todos os órgãos que se preocupam com o que chega à mesa do arapiraquense e do alagoano, de modo geral”.

A engenheira agrônoma do Ceca/Ufal, Jakeline Maria dos Santos, e o técnico em agropecuária da Semag, Wanderson Lourenço, acompanharam todo o processo desta primeira aplicação de perto.

Ascom Arapiraca

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Redação

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