O novo governo começa em busca de respostas, especialmente na área financeira. Nenhuma promessa de campanha, nenhum no projeto, nem mesmo o simples funcionamento da máquina administrativa será viabilizado se o Tesouro Estadual não tiver recursos suficientes.
A maior dúvida, agora, é saber quanto o estado tem em caixa e quanto terá de pagar nos próximos dias. Com certeza o governo terá de pagar R$ 187 milhões da segunda faixa da folha salarial, no próximo dia 10.
Além disso existem dezenas de empenhos não liquidados que precisarão ser pagos nos próximos dias. Qual o valor do pendura? No momento não existem respostas. Nem mesmo o novo secretário da Fazenda, George Santoro, sabe o que vai, de fato, encontrar.
“Somente a partir de amanhã (sexta-feira, 2) é que saberei realmente o que ficou para ser pago. Até o momento não tenho essa informação”, disse hoje, logo depois de sua posse.
O ex-secretário da Fazenda, Maurício Toledo, já está de férias, mas avisa que ficará os próximos dias à disposição do novo governo: “Se houver dúvidas estarei à disposição, mas não acredito que seja necessário, até porque no caso da Sefaz todo o pessoal de direção é do quadro da Secretaria”, avisa.
Maurício Toledo admite que o governo de Teotonio Vilela Filho deixará restos a pagar (empenhos não liquidados) para o novo governo. “São empenhos que terão saldo em caixa. Se houver alguma diferença será de no máximo R$ 15 milhões”, aponta.
Segundo Maurício, a posição financeira real só será conhecida, na real, na próxima sexta-feira,2. “Alguns repasses foram feitos no último dia do ano. Além disso existem recursos do Refis equivalentes a 214 que irão ser repassados nos próximos dias”, pondera.
O ex-secretário admite ainda que ficará a segunda faixa da folha salarial do Estado para ser paga no novo governo: “essa é uma despesa continuada. Quando assumimos encontramos as folhas sendo pagas no dia 10 e dia 20. Conseguimos antecipar e afolha agora é paga no dia 30 e no dia 10”, pondera.
“Surpresa”
A folha líquida do funcionalismo estadual é de R$ 50 milhões na primeira faixa e de R$ 187 milhões na segunda faixa.
A preocupação da nova equipe é encontrar outros ‘penduras’ a partir de hoje. “Não sabemos realmente o que vamos encontrar”, diz um importante integrante do novo governo.
Circulam informações de que existem mais de R$ 300 milhões em empenhos não liquidados. Mas cabe ressaltar, como faz questão de explicar esse importante integrante do novo governo, que alguns empenhos não liquidados (especialmente no caso de grandes obras), são pagos na medida que os serviços são executados.
Agora é esperar os próximos dias para conhecer a realidade. Mas como adianta o secretário Maurício Toledo, todos esses números são públicos: “se houver qualquer tentativa de maquiagem nós iremos desmentir”, afirma.
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