Justiça não tem data para pagar 720 demitidos do Grupo JL

Justiça não tem data para pagar 720 demitidos do Grupo JL

Enquanto a Justiça não define o destino da massa falida do Grupo João Lyra, a agonia de centenas de trabalhadores demitidos aumenta a cada dia.

Desde a decretação da falência pela Justiça de Alagoas, em fevereiro deste ano, já se passaram dez meses e até o momento nenhum sinal do pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores demitidos desde então.

Uma carta enviada ao blog nesta segunda-feira, 24, por um dos demitidos revela que as incertezas dos trabalhadores aumentam a cada dia. Eles esperavam ter recebido a rescisão depois da liberação, pela Conab, de pouco mais de R$ 20 milhões referentes ao pagamento da subvenção, o que não aconteceu.

Estou levantando mais informações sobre a questão. Estive com o administrador da massa falida e também conversei com alguns demitidos.

“Estamos sem nenhuma informação, sem acesso a nada. Nem os administradores judiciais, nem a Justiça, nem ninguém dá qualquer tipo de orientação. A maioria dos demitidos já recebeu os cinco meses de seguro desemprego e a partir de agora não tem mais dinheiro nem para pagar as contas. Nem o juiz, nem os administradores tem pressa em resolver a situação e enquanto isso estamos vivendo dias de aflição” diz umd os demitidos.

O administrador judicial, Carlos Franco, com quem conversei, disse que o pagamento dos trabalhadores será feito assim que houver decisão do Juiz da Comarca de Coruripe, Mauro Baldini, o que só deve ocorrer depois que foi efetivada a venda de alguns dos bens da massa falida.

Os débitos trabalhistas relativos ao período da recuperação judicial, entre 2008 e o iníci8o de 2014, somam mais de R$ 120 milhões. Os valores devidos aos 720 demitidos após o processo de falência são estimados em R$ 9 milhões. Em breve volto com mais informações.

Veja a carta enviada em nome de Marco Carvalho.

Prezado Jornalista Edivaldo Júnior.

Já se passaram 10 meses, da decretação da falência da Laginha e consequentemente da administração da mesma pelos “capacitados” gestores. Assumiram a massa falida com mais de 21 milhões em caixa, demitiram 720 pessoas, incluindo o pessoal do escritório central, e mesmo com dinheiro em caixa e com a garantia do artigo 84 da lei de falência que trata acerca dos credores extra-concursais (no caso os funcionários demitidos pós falência), não pagaram nada a eles. E os valores de todos os direitos desses demitidos não chegam a metade do valor do saldo em conta da massa no momento das demissões.

Segue trecho da lei.

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:

I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

II – quantias fornecidas à massa pelos credores;

III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida;

O que quero enfatizar é que eles até hoje quase 10 meses de “administração”, ainda não fizeram nenhum pagamento aos demitidos. Eles tem demitidos funcionários no ultimo dia do mês trabalhado e mandam retirar da folha de pagamento esses funcionários, deixando o valor do mês para ser acrescido ao valor da demissão, valor esse, que não pagaram um centavo ate agora. Gostaria muito que o prezado jornalista, pudesse nos ouvir, para vê o que a mídia pode nos ajudar. São centenas de desempregados e quase todos hoje já sem o seguro desemprego e ainda não conseguiram novos empregos.

Temos prova da incapacidade deles de estarem na frente da massa falida Laginha.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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