Conab alerta para dificuldades enfrentadas pelo setor canavieiro

Conab alerta para dificuldades enfrentadas pelo setor canavieiro

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou um levantamento das perspectivas agropecuárias para a safra 14/15. Segundo o estudo, o setor sucroenergético tem sido sustentado pelo mercado do açúcar, enquanto o etanol cresce de forma tímida.

De acordo com o documento, o setor vem sendo penalizado nos últimos cinco anos, enfrentando uma grave crise financeira com preços baixos, além de ser castigado pela escassez de chuvas.

O levantamento aponta ainda que, apesar do fechamento de várias unidades industriais, o setor aposta no aquecimento do mercado do açúcar e no desenvolvimento do etanol como matriz energética do Brasil.

De acordo com as estimativas do United States Department of Agriculture (USDA), em seu relatório de maio de 2014, na safra mundial 14/15 serão produzidas cerca de 175,6 milhões de toneladas de açúcar, volume praticamente idêntico ao produzido no ciclo atual.

Nele, o Brasil continuará como maior produtor mundial. No entanto, deverá sofrer redução nessa produção de 2,6%. Já na Índia, segundo maior produtor, haverá recuperação da produção de 3,3%, chegando a 27,9 milhões de toneladas. Na Tailândia, importante exportador de açúcar, haverá recuo de 3,5% na produção.

A produção mundial na safra 14/15, ainda de acordo com as projeções do USDA, será 2,97% superior ao consumo. A variação do consumo em relação à safra anterior será de 1,82%, o que acarretará em uma ligeira queda nos estoques finais. Os três maiores consumidores de açúcar são a Índia, EU-27 e China.

Cabe registrar que as estimativas do USDA estão indo de encontro aos demais agentes de mercado, onde um consenso aponta que, no próximo ciclo mundial do açúcar, haverá déficit entre a produção e o consumo.

Panorama nacional

A safra atual está sob a influência de efeitos climáticos negativos, devido à forte seca ocorrida na região Centro-Sul. O 2° Levantamento da Safra 14/15, realizado pela Conab, em agosto de 2014, conseguiu apurar estes efeitos ao apontar para uma produção de cerca de 659,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume praticamente idêntico ao verificado na safra anterior.

Do total colhido, em torno de 46,9% será destinado para a produção de açúcar, enquanto 53,1% será para a produção de etanol.

A previsão é de que serão produzidas na safra atual 38,3 milhões de toneladas de açúcar, volume apenas 1,00% superior ao apurado na safra 2013/14. Depois de três safras em franca expansão, a produção de etanol terá recuo de 1,19% em relação à safra anterior.

Para o ciclo atual estão estimados 27,6 bilhões de litros, contra 27,9 bilhões de litros da safra anterior. Haverá uma recuperação da produção do etanol anidro de 6,11%, porém, o etanol hidratado recuará 6,54%.

Açúcar

O Brasil responde por aproximadamente 46% das exportações mundiais de açúcarno cenário internacional. A tendência é de que o país mantenha esta posição, haja vista a necessidade de produção de alimentos para a crescente população mundial.

Tradicionalmente, cerca de 70% da produção de açúcar no Brasil é destinada ao mercado externo. No mercado brasileiro, o consumo de açúcar cresce a uma taxa próxima a do crescimento da população brasileira, pouco menos de 2% ao ano.

As exportações brasileiras de açúcar alcançaram recordes nos últimos anos, frente à crescente demanda mundial. No entanto, caiu na última safra e nos primeiros três meses da safra atual.

O volume exportado registra 20,3% de queda frente ao mesmo período da safra passada. Portanto, pode-se esperar que as exportações na safra atual sofram redução, a despeito de o mercado mundial continuar demandante.

No primeiro semestre deste ano, o volume embarcado totalizou 10,1 milhões de toneladas, o que contabiliza 14,4% de queda em relação ao primeiro semestre de 2013.

Mantendo este ritmo, as exportações poderão ser da ordem de 22,8 milhões de toneladas para a safra 2014/15, sendo este o menor nível desde a safra 2009/10.

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