Téo Vilela deixa governo com ‘saudades’ e pensa em voltar em 2018

Téo Vilela deixa governo com ‘saudades’ e pensa em voltar em 2018

Passado o segundo turno das eleições presidenciais, o governo de Teotonio Vilela Filho entra, definitivamente, no clima de despedida. O ritmo agora será ditado pela transição e os olhos se voltam para o governador eleito, Renan Filho.

Nada disso parece abalar o governador. Ele abriu mão de disputar um mandato para o Senado e decidiu ficar até o final com a missão de entregar obras e concluir projetos. Claro que existem outras versões sobre essa decisão, entre elas a pressão da família e o desalinhamento com o vive-governador, José Thomaz Nonô.

Sejam quais forem os motivos, Vilela já decidiu que vai tirar férias da política. Ele vai ficar fora por pelo menos um ano. Será tempo suficiente, avalia, para descansar e colocar a vida pessoal e privada em ordem.

“Nesses oito anos de governo tirei apenas 29 dias de férias. Eu preciso de um tempo para de organizar, para por tudo em ordem e decidir o que vou fazer”, me disse Téo Vilela numa entrevista exclusiva na última semana.

Quando conversei com Vilela ele ainda apostava numa eventual vitória de Aécio Neves. Mas nada que abalasse seus planos de descanso. “Se Aécio ganhar e lhe convidar para algum cargo?”, perguntei. “Se isso acontecesse eu pediria a ele para esperar um ano, pois não posso abrir mão desse tempo”, resumiu.

Saudades antecipadas

Encontrei o governador e parte de sua equipe, em clima de saudosismo no Palácio Floriano Peixoto. Vilela confessou que terá, sim, saudades do governo, mais saudades do que teve do Senado.

“Tenho menos do que terei como governador, porque o Senado é monótono, o governo não, o governo é uma emoção todo dia,eu  prefiro ser governador do que senador . Aqui as coisas acontecem e você vê, por bem ou por mal, mas as coisas acontecem e você se sente responsável pelo acontecimento das coisas. No Senado você apresenta um projeto de lei e ele só é aprovado com 4 ou 5 anos…”

Com saudades ou não Vilela avisa que está pronto para uma nova jornada: “A gente tem que gostar das mudanças. Sempre que muda alguma coisa na minha vida eu gosto. Vai ser muito interessante. Estou há 28 anos com mandato. E é bom que sinta saudades, senão não estaria gostando, eu gosto de ser governador. Eu vou ter saudades, mas vou ter muita coisa boa também pela frente”.

O retorno em 2018

Vilela começou a carreira por cima. Ele foi eleito senador em 1986 quando tinha apenas 35 anos. Depois foi reeleito duas vezes e passou 20 anos no Senado, de onde saiu para assumir o governo do estado. Depois de vencer em 2006, contra João Lyra, e em 2010, contra Ronaldo Lessa, ele não disputou a eleição de 2014, mas promete voltar em 2018.

“Eu penso em voltar. Tudo vai depender do que vai acontecer daqui até lá, mas se houver chances, se o povo me der oportunidade, eu voltarei”, adianta.

Vilela, claro, não diz que cargo quer ou vai disputar. As apostas nos meios políticos é que ele tentaria uma nova eleição para o Senado em dobradinha com Renan Calheiros, repetindo uma parceria que deu certo em 1994 e 2002.

Mas é muito cedo – muito cedo mesmo – para qualquer especulação. Vilela, por força do desempenho do PSDB em Alagoas deve continuar no comando do seu partido.

Resta saber, agora, como será sua atuação política sem um mandato, pela primeira vez, depois de 28 anos. Não vai demorar muito para descobrir se Téo Vilela terá capacidade e força política, para recomeçar sua carreira política aos 63 anos, como fez Ronaldo Lessa ou se ele vai pendurar as chuteiras como fez outros ex-governadores. EJ

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Redação

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