Em reunião realizada com fornecedores de cana de Alagoas, na sede da Asplana, em Maceió, nesta segunda-feira, o superintendente da Sudene, José Márcio Maia, declarou que o governo federal vai apresentar uma solução para recuperar o setor sucroenergético nordestino.
“Estamos fazendo um trabalho técnico com viés político para poder desenvolver estas ações. Viemos discutir o planejamento a possibilidade da recuperação do setor com ações de governo com equalização de preços, linhas de financiamento, recuperação de plantações e estudo de viabilidade econômica. É um setor de vital importância para o Nordeste. São mais 300 mil empregos gerados pela cultura da cana”, afirmou José Márcio.
De acordo com o superintendente, a Sudene está finalizando o documento – contendo as propostas apresentadas pelas entidades que representam os fornecedores de cana e a indústria – que será entregue ao Ministério da Integração Nacional. “A partir daí, o ministério fará a sensibilização junto a Casa Civil, Secretaria de Fazenda Nacional e Ministério do Planejamento para que o projeto possa avançar”, reforçou.
Esperança
“A Sudene nos mostrou que o projeto com as propostas para a recuperação do setor pode ser viável, dando condições de sobrevivência ao setor na região Nordeste. Todas as condições que precisamos para sobreviver, estão contidas neste projeto”, afirmou o presidente da Asplana, Lourenço Lopes.
Entre as principais propostas está a fixação dos programas de subvenções da cana e do etanol pelo período de dez anos. “Se nós conseguirmos isso, acreditamos que nesse período o fornecedor teria condições de replantar os canaviais e ter uma estrutura de sobrevivência. Se as indústrias também recebessem esse benefício, pelo mesmo período de tempo, conseguiríamos o equilíbrio de todo o setor”, completou Lopes, lembrando que empréstimos com juros ajustados a atividade canavieira também foi uma das propostas contidas no projeto.
O presidente da Asplana lembrou ainda que o setor vive um momento de crise que se agrava com os preços baixos do etanol e do açúcar que não são capazes de cobrir as despesas de produção.
“Nós temos um custo produtivo, custo Brasil, muito alto. Isso tem deixado o setor em dificuldades. A presença da Sudene neste encontro é sinal de que possamos ter esperanças de respirar um novo clima e que o setor volte a crescer. Hoje, temos um setor que está se atrofiando”, alertou
As propostas apresentadas pelas instituições foram debatidas durante seis meses pelo Comitê Temático Interinstitucional para Recuperação do Setor Sucroenergético da Região Nordeste, que se reunia uma vez por mês, na sede da Sudene, em Recife.
As propostas do colegiado, formado por representantes do por representações ministeriais, produtores rurais e da indústria da cana, foram entregues ao governo federal em junho passado.
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