Casa da Arte é pioneira no trabalho de desenvolvimento artístico em Alagoas

Casa da Arte é pioneira no trabalho de desenvolvimento artístico em Alagoas

Arte, cultura e amor. Esse é o tripé que alimenta a Casa da Arte, localizada à beira mar da praia de Garça Torta. Um espaço aberto de resistência em um bairro periférico no Litoral Norte de Alagoas. Lugar de exposições de artistas locais e do mundo todo e de atividades educativas, artísticas e culturais voltadas para crianças e jovens da comunidade.

Vista de fora, a simplicidade e a fachada pequena da Casa da Arte não revela a riqueza que abriga as quatro salas temáticas, a biblioteca e mais a Própria Casa da Arte, anexo em que mora Dona Edna Constant, proprietária do imóvel e fundadora do projeto, e seu filho, Tito Constant. Rodapés, paredes, teto, materiais recicláveis ou aparentemente sem utilidade, tudo é aproveitado pela criatividade e se transforma em arte.

Existente desde 1985, quando somente funcionava como galeria para exposições artísticas, a Casa da Arte é considerada um dos primeiros Pontos de Cultura em Alagoas, com trabalho voltado para o desenvolvimento artístico e cultural de jovens e crianças por meio de aulas de pintura, línguas, dança, geografia, teatro, capoeira, circo, música, entre outros.

Durante quase 30 anos de trajetória, que faz parte da história do bairro, a Organização Não Governamental (ONG) alcançou destaque na mídia local e nacional e ganhou prêmios no âmbito cultural, como o prêmio Asas, do Ministério da Cultura (MinC), em 2008. A orquestra de música da Garça Torta recepcionou Gilberto Gil em visita ao Estado quando o músico era ministro da Cultura, diversas obras produzidas e expostas na Casa da Arte decoraram as paredes do Museu Afro Brasil, em São Paulo, e Edna Constant foi homenageada com a comenda Nise da Silveira.

“Os jovens e crianças que viviam aqui vendo as exposições, passaram de espectadores para protagonistas. Começaram a interferir, ocupar, pintar e, assim, vieram as oficinas e aulas. Por causa desse projeto, esses meninos tiveram outro direcionamento na vida”, explicou Dona Edna.

Biblioteca

Segundo Dona Edna, a biblioteca é o lugar mais visitado da Casa e tem grande importância na localidade, pois ajuda nas pesquisas dos alunos da Escola Estadual Eduardo Almeida, situada na mesma rua. Além disso, Dona Edna não cansa de ler o acervo que cultivou ao longo da vida e cresceu por meio de doações.

Pontos de Cultura no Estado

Alagoas possui 20 pontos de cultura conveniados com o Estado e cerca de 30 diretamente ligados ao Ministério da Cultura, que fizeram parte da primeira política de regulamentação. A partir de uma descentralização da política cultural, o Estado se tornou parceiro do Governo Federal no projeto e os pontos existentes atualmente recebem acompanhamento de ambos.

Um novo edital para a seleção de 20 novos pontos de cultura alagoanos está em fase final e devem ser anunciados ainda este semestre. Com prioridade no Plano Juventude Viva, que visa a diminuição dos índices de violência contra jovens pobres e negros e é coordenado pela Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, os pontos vencedores deverão estar situados nas regiões de Marechal Deodoro, Jacintinho, Benedito Bentes, Vegel e União.

De acordo com a superintendente de Formação e Difusão Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Katarina de Laburé, o Programa Cultura Viva identifica organizações não governamentais que desenvolvem ações culturais nas diversas comunidades e o edital apoia a instituição para que desenvolvam o projeto.

“Os pontos recebem apoio dos governos estadual e federal, que ofertam capacitações, acompanham ações, realizam visitas e analisam prestação de contas, que é anual”, explicou.

Para se transformar em ponto de cultura, a ONG deve ter pelo menos três anos de atuação, CNPJ, regularidade fiscal e apresentar um projeto bem estruturado e consistente, com plano de trabalho. São três anos e meio de convênio, com recursos avaliados na ordem de R$ 180 mil, distribuídos em parcelas anuais.

As características dos pontos são próprias – instalações físicas, programações e atividade –, apenas importa que as iniciativas propostas funcionem como impulso e instrumento de articulação de ações e projetos já existentes nas comunidades do Estado, com ações nas áreas de Culturas Populares, Grupos Étnico-Culturais, Patrimônio Material e Imaterial, Audiovisual e Radiodifusão, Culturas Digitais, Gestão e Formação Cultural, Pensamento e Memória, Expressões Artísticas, e/ou Ações Transversais.

Agência Alagoas

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