Campanha de prevenção à hanseníase acontece após a Copa

Campanha de prevenção à hanseníase acontece após a Copa

Por conta do período de recesso escolar de crianças e adolescentes, que foi antecipado devido à realização da Copa do Mundo no Brasil, a abertura da Campanha Nacional de Combate à Hanseníase e Geohelmintíase, que seria realizada no dia 26 de maio, foi adiada para o dia 4 de agosto. A decisão partiu do Ministério da Saúde (MS), que acredita ser esse um período mais propício para que a campanha tenha efetividade, já que é direcionada a estudantes da rede pública de ensino na faixa etária de 05 a 15 anos.

Em âmbito local, a campanha será realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Programa de Controle à Hanseníase, e tem o objetivo de investigar sinais e sintomas entre os alunos, além de tratar casos positivos de Geohelmintíase (verminoses) entre crianças e adolescentes. A campanha tem duração prevista de dois meses.

Segundo a coordenadora do Programa de Controle à Hanseníase do município, Vânia Barbosa, entre as primeiras medidas da campanha estão a mobilização e orientação de professores e alunos, encaminhamento das fichas de autoexame, que deverá ser realizado pelos pais informando a existência de manchas suspeitas, além da distribuição de folhetos educativos.

Essa segunda edição da campanha foi motivada pela identificação, em 2013, de 300 crianças e adolescentes com hanseníase em escolas públicas do Brasil. Em Maceió, na edição anterior da campanha, foram identificados quatro casos na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) e um caso de jovem acima de 15 anos.

“A parceria e colaboração das escolas no sentido de mobilizar a comunidade escolar serão de fundamental importância para o sucesso da campanha e eliminação dos riscos de aumento de casos dessas doenças entre os estudantes”, destaca a coordenadora, lembrando que os casos suspeitos serão encaminhados às unidades básicas de saúde para confirmação e tratamento imediato.

A hanseníase é uma doença que atinge cerca de 30 mil pessoas por ano no Brasil. Em Maceió são registrados, em média, 130 novos casos por ano. É importante destacar que as ações de diagnóstico e tratamento da hanseníase são realizadas de maneira permanente nas unidades de saúde da capital, pelo Programa de combate à hanseníase.

A doença

A hanseníase é uma doença causada pelo bacilo de hansen, o mycobacterium leprae, um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, testículos e olhos. Com período de incubação que varia entre três e cinco anos, sua primeira manifestação consiste no aparecimento de manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçadas, em qualquer região do corpo. Placas, caroços, inchaços, fraqueza muscular e dor nas articulações podem ser outros sintomas.

Com o avanço da doença, o número de manchas ou o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam comprometidos, podendo causar deformações em regiões, como nariz e dedos, e impedindo determinados movimentos, como abrir e fechar as mãos. Além disso, pode permitir que determinados acidentes ocorram em razão da falta de sensibilidade nessas regiões.

Diagnóstico

O diagnóstico consiste, principalmente, na avaliação clínica: aplicação de testes de sensibilidade, força motora e palpação dos nervos dos braços, pernas e olhos. Exames laboratoriais, como biópsia, podem ser necessários.

Esta doença é capaz de contaminar outras pessoas pelas vias respiratórias, caso o portador não esteja sendo tratado. Porém, segundo a Organização Mundial de Saúde, a maioria das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve. Aproximadamente 95% dos parasitas são eliminados na primeira dose do tratamento, não sendo mais transmitido para outras pessoas. O tratamento dura até aproximadamente um ano e o paciente pode ser completamente curado, desde que siga corretamente os cuidados necessários. Assim, buscar auxílio médico é a melhor forma de evitar a evolução da doença e a contaminação de outras pessoas.

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