Pesquisador da Embrapa diz que chegada do Mal-do-Panamá às Américas é questão de tempo

Pesquisador da Embrapa diz que chegada do Mal-do-Panamá às Américas é questão de tempo

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirma que as ações tomadas para evitar a entrada de um novo tipo do fungo Mal-do-Panamá no Brasil, são suficientes. A doença está provocando prejuízos bilionários nos bananais da Ásia e da África. Mas, segundo pesquisador da pesquisador da Embrapa Alexei Dianese a chegada às Américas é uma questão de tempo.

Dianese afirma que a preocupação é necessária. Segundo ele, o fungo que atinge o solo pode destruir um bananal em poucos meses, pois penetra na raiz, que apodrece. Como as folhas não recebem nutrientes, a planta acaba morrendo.

– Depende do local e da variedade. Se o solo é bem drenado, isso pode levar mais tempo. Por exemplo, a variedade maçã, que é extremamente suscetível ao Mal-do-Panamá. Na área experimental da Embrapa Cerrados, ela produziu um ciclo. Plantamos, completou um ano, produziu. A partir do segundo ano quando os filhotes começaram a se desenvolver, as plantas alcançavam 1,80 metros e apresentavam sintomas típicos do mal do panamá e morriam – explica.

A Embrapa está apostando no melhoramento genético para desenvolver cultivares resistentes à nova espécie do Mal-do-Panamá. Há dois anos, realiza pesquisas em parceria com universidades de países onde a doença já existe. Segundo Dianese, o que já se sabe é que as variedades de prata e maçã, que representam 70% da produção brasileira, são as mais suscetíveis.

– As raças do Mal-do-Panamá que ocorrem no país, têm materiais comerciais que são resistentes à doença. Então, em relação à TR4, a Embrapa tem monitoramento contínuo nas áreas comerciais de banana. É uma questão de manter esse monitoramento e esperar, ver como esses materiais que são resistentes vão às outras raças, como vai reagir a essa raça nova – salienta.

O Ministério da Agricultura ainda não incluiu oficialmente a TR4 na lista quarentenária de pragas, que inclui mais de 500 doenças, mas garante que as ações sistêmicas de prevenção são suficientes atualmente. De acordo com o chefe da Divisão de Análise de Risco de Pragas do Ministério da Agricultura, Jefé Leão Ribeiro, é realizada a fiscalização por amostragem em portos e aeroportos, além de ser proibída a importação de material do solo e de algumas plantas que podem transportar o fungo.

– Não trabalhamos com risco zero. Isso seria um controle muito rígido, inclusive com a circulação de pessoas. Trabalhamos em um nível que consideramos como sendo adequado para nossa proteção. É importante para os produtores e para as pessoas que vão para áreas onde ocorrem as pragas, que não tragam bagagens que não passem pelo controle, porque coloca nosso patrimônio agrícola em risco – reforça.

Rural BR

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Redação

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