Crise no setor sucroenergético é pauta do primeiro dia da 21ª Agrishow

Crise no setor sucroenergético é pauta do primeiro dia da 21ª Agrishow

A atual crise do setor sucroenergético foi um assunto muito comentado neste primeiro dia da 21ª edição da Feira Internacional de Tecnologia em Ação – Agrishow 2014, maior feira agrícola da América Latina. O evento é localizado na região que tem a maior área de cana-de-açúcar do país. As críticas ao governo foram duras em Ribeirão Preto (SP).

“Corremos o risco de entrar para história como aqueles que fizeram desaparecer o maior programa de etanol já idealizado”, declarou Maurílio Biaggi Filho, presidente da Agrishow.

O jornalista do Canal Rural João Bosco, que está cobrindo a feira, relata que é possível sentir o desânimo ao conversar com qualquer produtor ou usineiro.

“Olha que nem faz tanto tempo do “boom” que tomou conta do Brasil, com a criação de usinas e investimentos pesados de multinacionais. Nem depois da crise mundial, em 2008, se imaginava a situação pela qual está passando o setor do etanol”, conta Bosco.

O segmento da cana-de-açúcar vive um de seus piores momentos. Na época dos carros flex, o etanol deixou de ser competitivo e não há um horizonte à vista. A gasolina não vai aumentar de preço, pelo menos até a eleição, e o governo não acena com subsídios. A situação do açúcar também não colabora, com os baixos preços do mercado global. A estiagem piorou a situação dos canaviais e diminuiu o índice de sacarose da cana. As usinas estão sucateadas e fechando as portas. Multinacionais dão mostras de abandonar o negócio.

Maurílio Biagi fez as críticas mais contundentes ao governo e comentou a ausência da presidente Dilma Rousseff na feira – a última vez que ela esteve ao evento foi ainda como pré-candidata, em 2010.

“A presidente comete um equívoco ao não comparecer a um evento como esse. Talvez ela não tenha vindo porque aqui é uma região produtora de cana e o pessoal está um pouco bravo com ela”, disse.

Também sem citar a Petrobras, Biagi declarou que “temos uma companhia que está afundando e não podemos deixar isso acontecer. Não tem nada que você levante e não tenha uma sujeira embaixo”.

“É uma questão ética e moral”, concluiu o presidente da Agrishow.

Rural Br

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Redação

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