Pesquisa do Ifal cria tijolo com cinza do bagaço da cana-de-açúcar

Pesquisa do Ifal cria tijolo com cinza do bagaço da cana-de-açúcar

Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), no campus do município de Palmeira dos Índios, provou que o tijolo produzido pelas cinzas do bagaço da cana-de-açúcar são resistentes, além de ser uma prática sustentável. O estudo “Incorporação de cinza do bagaço da cana-de-açúcar em formulações para tijolos solo-cimento” foi iniciado em 2011 e, neste ano, terá a defesa do trabalho junto á banca examinadora.

A professora tecnóloga em Construção de Edifícios do Ifal, Sheyla Karolina Justino Mar-ques, sempre quis trabalhar em Alagoas com um resíduo que fosse abundante na natureza e escolheu a cana-de-açúcar. Como o bagaço é reaproveita-do nas caldeiras das usinas, ela escolheu, junto às alunas de Palmeira dos índios, Samantha Ferreira de Mendonça e Taísa Menezes Tenório, as cinzas do bagaço da cana. “A grande des-coberta foi que a cinza possui um efeito químico parecido com o do cimento, então as cinzas aumentam a resistência do tijolo”, declara a professora.

A descoberta é importante para o meio ambiente e, ain-da, contribui para a área da construção civil. Prova disso é que a Caixa Econômica Fede-ral vem analisando a pesquisa para saber se há possibilidade de utilizar o tijolo na constru-ção das casas populares do pro-grama Minha Casa Minha Vi-da. De acordo com a professo-ra Sheyla, uma casa popular é construída com 3.500 tijolos.

As verbas da pesquisa vieram do próprio governo federal, através do instituto e já adquiriram a patente do produto. Durante a o estudo, os tijolos eram feitos manualmente. As alunas receberam uma doação de uma empresa pernambucana de uma tonelada de argamassa e uma prensa para a fabricação dos tijolos.

Desde 2012, o grupo formado pela professora e as duas alunas percorreu o Brasil apresentando o tijolo em mostras científicas, como a Febrace e a Mostratec, e ganhando medalhas. Em 2013, elas representaram o Brasil em Nova York, nos Estados Unidos, e garantiram medalha de bronze na Genius Olympiad. A expectativa agora é a participação na Feira Multiset, que será realizada no Ceará. Sendo finalista na feira, o grupo pode ter a chance de apresen-tar a pesquisa no evento científico internacional ainda este ano em Abu Dabi, no Oriente Médio.

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Redação

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