Atendimentos clínicos ainda são maioria no Hospital Geral do Estado

Atendimentos clínicos ainda são maioria no Hospital Geral do Estado

Paulo André, 17, não se sentiu bem e deu entrada na unidade hospitalar com fortes dores abdominais, após um exagero em festa familiar. Já Maria Antonieta, 56, recebeu alta após sofrer um pico de pressão em casa e José Eduardo, 43, sofre com idas e vindas ao hospital devido a diabetes. Três casos que refletem a realidade do Hospital Geral do Estado (HGE). Referência no atendimento em trauma em Alagoas, a unidade de saúde é utilizada, em sua maioria, por pacientes que não apresentam situação de urgência e emergência e que deveriam ser atendidos nos postos de saúde.

Para se ter ideia, só em março, o hospital recebeu 9.203 atendimentos, segundo dados do Serviço de Arquivo Médico e Estatísticos da unidade, destes 4.470 se referem aos atendimentos clínicos, isto sem citar os casos mais graves, que dão entrada na urgência, de pacientes que não recebem acompanhamento para diabetes ou pressão alta e têm seu quadro agravado com pés diabéticos ou infartos e acidentes vasculares, por exemplo.

De acordo com a médica Verônica Omena, diretora do HGE, o hospital recebe em média 450 pacientes por dia. Os casos clínicos lideram o número de atendimentos com cerca de 300 acolhimentos dia. “Esta realidade é consequência de doenças como diabetes, hipertensão, infecções e dores em geral”, lembrou Verônica Omena.

“Hábitos alimentares saudáveis aliados a consultas médicas periódicas realizadas nos postos de saúde contribuem para garantir a qualidade de vida das pessoas portadoras de hipertensão e diabetes, doenças que podem acarretar em graves complicações quando não diagnosticas e tratadas precocemente”, orientou a médica.

A falta de controle da pressão arterial e da glicemia pode provocar doenças como infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), neuropatia e angiopatia (mais conhecida como pé diabético). Esse quadro pode ser constatado na área azul do HGE, onde cerca de 80% dos pacientes são portadores de hipertensão e 50% têm diabetes.

Ela reforçou que o hospital deve ser procurado somente nos casos graves de urgência e emergência para não acarretar uma demora no atendimento. “É sempre bom lembrar que o HGE tem o perfil de urgência e emergência destinado aos casos graves. Em casos de menor gravidade como infecção intestinal, cólica renal, dores de cabeça, diarreias, vômitos, gripes, micoses e pequenos ferimentos, a população deve se dirigir aos postos de saúde mais próximos de casa ou ambulatório 24h”, informou a diretora do hospital.

O Hospital Geral do Estado é classificado como de referência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas para tratar casos de urgência e emergência. “Por causa dessa grande procura, muitas vezes espontânea, o tempo de espera para o atendimento chega a ser de aproximadamente 5 horas. Solicitamos que a população procure o hospital somente em casos mais graves, porque estamos prontos e preparados para atender”, disse.

Classificação de risco

Um atendimento humanizado e de acordo com a demanda de urgência ou grau de sofrimento do paciente é a prioridade do sistema de acolhimento com classificação de risco, utilizado no HGE. A partir do modelo de atendimento, o paciente passa por uma análise assim que chega ao hospital, onde os profissionais determinam a ordem de acolhimento, de acordo com a gravidade.

A classificação obedece a um sistema de cores. A cor vermelha indica risco altíssimo, com necessidade de atendimento imediato. A cor amarela significa urgência e demanda de atendimento mais rápido, aproximadamente 15 minutos de espera.

Já a azul, indica casos de menor urgência, são pacientes crônicos na maioria, sem sofrimento agudo ou caso social, são os casos clínicos, que podem ser atendidos em unidades básicas de saúde ou ambulatórios 24h. Eles receberão atendimento após os classificados como vermelho e amarelo, com atendimento previsto para 4 ou 5 horas, mas podendo variar, de acordo com o número de pessoas a serem assistidas. A cor verde, no HGE, funciona como internação.

“Com o novo sistema, reduz-se o tempo para o atendimento médico, fazendo os encaminhamentos necessários e retornando informações aos familiares com maior rapidez. Mas, para isso, a população e o sistema de saúde têm que ser nossos parceiros”, observou Verônica Omena.

Agência Alagoas

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