Consumo de combustíveis aumenta, mas variação de preço chega a 11%

Consumo de combustíveis aumenta, mas variação de preço chega a 11%

O mercado de combustíveis está em ascensão em Alagoas. Levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Fósseis (ANP) estima que o aumento do consumo da gasolina, álcool e diesel deve ficar entre 4% e 5% neste ano, em relação a 2013.

A estimativa é feita num momento em que os preços dos combustíveis na capital alagoana têm variado entre R$ 2,769 e R$ 3,099 – uma diferença de até 11,91% para a gasolina comum – e de R$ 2,479 a até R$ 2,679 para o etanol, uma variação média de 8%. No caso do diesel, que pode ser encontrado nas bombas entre R$ 2,419 e R$ 2,688, a variação chega a 11,1% em média.

Tal disparidade faz com que alguns consumidores da capital se sintam lesados. “Queria saber o motivo desses preços estarem tão altos”, questiona a estudante Andressa Lisboa, cuja solução foi encontrar um posto onde há um cartão fidelidade. “Aí encho o tanque com o cartão e ganho desconto”, disse ela.

A alta de combustíveis em Alagoas não incomoda apenas os consumidores. No dia 26 de novembro de 2013, o órgão de Proteção e defesa ao consumidor (Procon) instaurou um procedimento no Ministério Público de Alagoas, para investigar a alta no preço praticada antes do anúncio da ANP – que regula o setor no País.

Variação de preços

O Sindicombustíveis-AL justifica que o preço do combustível pode variar de bairro a bairro, de acordo com a distribuidora, frete e impostos sob o produto até chegar no posto de gasolina.

Valdenildo Oliveira, gerente de um posto de combustível na capital, afirma que o aumento dos preços se dá por conta do grande número de postos existentes em Maceió. Atuando no ramo há mais de 10 anos, Oliveira explica que a margem de lucro caiu muito no estado.

Segundo ele, em comparação com Pernambuco, a diferença de lucro pode ser de até R$ 310 mil a menos para Alagoas. Ele justifica dizendo que isso acontece devido à constante variação de preço da própria gasolina que é comprada pelo posto, para revenda. “A gasolina que eu comprei no começo do mês por R$ 2,56, agora já estou comprando por R$ 2,58. E nem sempre nós repassamos as variações de preço ao consumidor, mas chega uma hora em que se não fizermos isso não tem como sustentar o negócio”.

Para economizar, os condutores acabam procurando alternativas. A relações públicas e consultora de atendimento Shade Andrea Cavalcante cita que os amigos têm se valido de artifícios para driblar os preços considerados altos. “Percebo que meus amigos têm adotado o sistema de caronas. Quando um mora próximo ao outro, ambos se revezam entre os carros ou até mesmo dividem o combustível”, explica.

A consultora aproveita para criticar o que considera uma irregularidade praticada por alguns postos. “Eu fujo sempre dos postos de gasolina que cobram valores diferentes para pagamento à vista e no cartão. Sei bem que essa prática é proibida”, ressalta.

A reclamação de Shade Cavalcante está exposta na portaria 118/94, do Ministério da Fazenda, que proíbe a cobrança de diferentes preços nas compras com cartão (crédito ou débito) e dinheiro. “Todas devem ser encaradas como pagamento à vista”, ressalta a portaria.

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