Foi uma decisão inesperada, mas nada surpreendente. Téo Vilela já vinha dando sinais de que iria apoiar um nome do PSDB para o governo. Marco Fireman e Luiz Otávio Gomes estavam no jogo, assim como Eduardo Tavares esteve – até o começo deste ano.
Ao nomear o procurador para a Secretaria de Defesa Social, há menos de três meses, o governador dava sinais de que ele estaria fora do jogo. Ainda mais porque o próprio Téo passou a incentivar Fireman e Luiz Otávio. Resta saber o que levou o governador a mudar os rumos da “partida”.
Mas independente das razões (falo disso depois), Vilela conseguiu despertar a fúria de todos ou quase todos os seus aliados políticos – pelo menos nesse primeiro momento, ao tirar Tavares da SEDS para disputar o governo, mesmo tendo cinco opções já “em campo: além de Fireman e Luiz Otávio, Biu de Lira, Nonô e Alexandre Toledo.
Ninguém fala abertamente, mas a grita é geral. Em “off” já ouvi reclamações de todos os tipos.
Desde ontem Vilela tenta acalmar os ânimos. Ele teve uma longa reunião com Alexandre Toledo, nessa quinta-feira, em Brasília. Nesta sexta-feira ele iniciou uma conversa com Benedito de Lira, mas não houve entendimento. Os dois voltaram a se encontrar no final da tarde desta sexta-feira. O deputado federal Arthur Lira também deve participar do encontro.
A conversa com Thomaz Nonô também não deve ser nada fácil. O governador falaria com seu vice na quinta-feira, mas adiou o encontro para esta sexta-feira. Os dois – governador e vice – participaram juntos de evento público pela manhã e começaram um diálogo que também não deve ser concluído apenas em uma reunião.
Quanto a Fireman e Luiz Otávio, que até agora não se pronunciaram, dá para imaginar que eles estão sentindo uma grande frustração.
A possibilidade de racha no grupo de Téo Vilela aumenta consideravelmente a partir da escolha de um candidato do PSDB para encabeçar a chapa majoritária – ainda mais pela forma inusitada.
Se Téo Vilela vai conseguir unificar o seu grupo? Se não tiver nenhum fato novo, eu aposto que não. O governador terá que fazer um grande esforço para evitar, agora, o isolamento político do seu governo. As próximas “jogadas” serão decisivas.