Maceió: catadores recolhem dez toneladas de lixo reciclável em um mês

Maceió: catadores recolhem dez toneladas de lixo reciclável em um mês

Após o primeiro mês de implantação da coleta seletiva no Benedito Bentes, o volume de resíduos recolhidos nas residências superou as expectativas dos catadores. De acordo com a Cooperativa dos Recicladores de Alagoas (Cooprel), entidade responsável pela atividade e gerenciamento do Galpão de Triagem recém inaugurado no bairro, foram coletados mais de 10 toneladas de material até o momento.

Separados por categoria, os resíduos abarrotam as baias do galpão. Plástico, papelão, vidro, metais e até um montanha de livros didáticos doada comprovam o sucesso inicial da coleta seletiva na região. Equipamentos eletrônicos e computadores em desuso preenchem uma sala inteira.

“Hoje, a gente já pode comemorar, com um mês e uma semana, o galpão já tem um volume de material. A gente vê que os catadores estão motivados por que houve o respaldo da comunidade”, assinala Nadja Barros, diretora de planejamento da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (Slum). Patrícia Ramos, catadora responsável pela gestão do galpão, também destaca a participação maciça dos moradores. “Há o apoio total dos Benedito Bentes e das donas de casa”, constata.

Parte do crédito da expressiva adesão vai para as educadoras ambientais da Slum que desde de setembro do ano passado iniciaram as atividades de sensibilização das comunidades numa contínua e imprescindível abordagem porta a porta. “Olha a maravilha aí no galpão”, aponta Maria Cícera Fradique, que integra a equipe de Educação Ambiental da Slum. “O saldo é positivo. A gente retirou muito material do meio ambiente e gerou renda para estas pessoas que antes estavam desempregadas. Além de estarmos mostrando que não basta só implantar, estamos vendo o resultado da implantação”, complementa Josiete Marinho.

As educadoras dizem que de cada dez moradores abordados, em geral, apenas um não demonstra interesse em participar do programa de coleta seletiva. “Eles alegam falta de tempo para poder participar”, revela a educadora ambiental Adeilta da Silva.

Novos desafios

Além de manter e ampliar a adesão dos moradores, o desafio da cooperativa agora é comercializar os resíduos arrecadados. Vendas em menor escala já foram concretizadas, mas o esforço agora é para fechar negócios com cargas de grandes volumes.

“A comercialização do material tem a ver com escala de venda para poder barganhar e conseguir preços melhores”, explica Nadja Barros, representante da Slum. “Isso é uma perspectiva para todas as cooperativas que atuam em Maceió e que elas se envolvam realmente para que os catadores consigam um valor mais justo pelo trabalho que eles tem na comercialização”, reforça.

Noutro momento, um novo desafio será realizar o serviço de reciclagem propriamente dito, mediante o processamento de materiais, para agregar o valor e comercializar os resíduos noutra escala de preços. Para tanto, parcerias como a atualmente firmadas com a Braskem e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), por meio do grupo de pesquisa da Unitrabalho, continuam sendo fundamentais para a manutenção e o aperfeiçoamento da coleta seletiva.

“A Prefeitura vai continuar contribuindo com o acompanhamento e a articulação para identificar e sanar os pontos mais frágeis”, garante a diretora de planejamento da Slum.

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