Inflação de alimentos deve seguir acelerada

Inflação de alimentos deve seguir acelerada

A aceleração da inflação dos alimentos está apenas no começo, segundo o economista-chefe da Concórdia Corretora, Flávio Combat. O impacto da estiagem sobre os preços deste grupo deve durar, pelo menos, até abril, segundo ele. “Os alimentos estão refletindo a aceleração percebida no atacado, já que a safra de alguns produtos está sendo prejudicada pela estiagem”, afirmou.

No resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de março, o grupo Alimentação e Bebidas acelerou de 0,52% para 1,11%. O índice geral registrou alta de 0,73%, em linha com o estimado pela corretora. Mas, segundo Combat, a projeção para o IPCA fechado do mês foi revisada de 0,77% para 0,79% após o resultado, tendo em vista as crescentes pressões sobre os alimentos.

Segundo Combat, a repercussão do clima deve ir além dos produtos in natura. Preços de soja e milho, que já vinham subindo, devem influenciar outros itens. “É provável que alguns alimentos reflitam isso um pouco mais à frente, como o preço da carne”, observou. “Estamos assistindo ao começo de uma inflação de alimentos mais alta. Ainda não é o topo”, acrescentou.

O problema, de acordo com o economista, é que a inflação em 12 meses saltou para 5,9% e deixa menos espaço para acomodar outras altas, como a de tarifas de energia elétrica. Além disso, caso a estiagem persista, ele não descarta que o teto da meta (que é de 6,5%) seja rompido em meados do ano. “Vemos muitas fontes de pressão em um momento em que o BC desacelerou o ritmo de alta da Selic. A previsão dele não se confirmou. E isso deixa uma preocupação”, disse. Para Combat, reduzir o ritmo de ajuste para 0,25 ponto porcentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) foi um erro.

Assessoria

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Redação

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