Risco de desabastecimento levou Estado e TJ a agir contra operação padrão

Risco de desabastecimento levou Estado e TJ a agir contra operação padrão

A operação padrão na Polícia Civil não teve – até agora – o mesmo efeito nem a mesma repercussão do movimento realizado pelos militares no final de 2013. Apesar de medidas mais “radicais” como a devolução de viaturas e a exigência da presença de um delegado para a realização de serviços que deveriam ser de rotina, os policiais não conseguiram “sensbilizar” nem o governo nem a opinião pública.

Talvez por isso da categoria tenha decidido usar outras estratégias para chamar a atenção. O “fechamento” do Porto de Maceió no dia 26 de fevereiro foi o primeiro ato de grande repercussão desde o dia 7 de fevereiro  deste ano quando a operação padrão foi iniciada. Se deu certo uma vez, porque não dará  de  novo?

Ao fechar o Porto de Maceió os policiais provocam mais do que engarrafamento de trânsito na região de Jaraguá o risco de desabastecimento no setor de combustíveis.

De fato o que os policiais esperavam era – ao impedir o embarque de açúcar – provocar uma reação no ainda mais importante setor da economia do estado, o sucroalcooleiro.

O que mais incomodou desde o começo da manhã desta quarta-feira, 12, quando os policiais voltaram a interditar o acesso ao Porto de Maceió, no entanto foi o risco de desabastecimento de combustíveis.

Assessores de comunicação do governo começaram a espalhar a informação de que alguns hospitais iriam cancelar cirurgias programadas por falta de diesel em seus geradores.

Exagero? Não foi o que entendeu o TJ que, como adiantei, decidiu decretar a ilegalidade do movimento, provocado pelo governo do Estado.

Dizem que remédio na dose errada pode virar veneno. O risco de desabastecimento parece ter enfraquecido o movimento – ao menos num primeiro momento. Resta agora esperar um pouco mais e ver o que a categoria vai decidir.

O risco da politização

No dia 26 de fevereiro, a primeira interdição, a administradora do Porto de Maceió, Rosiana Beltrão, emitiu nota considerando “justa” a manifestação dos policais civis, mas alegou que “a intenção de atingir os negócios de usineiros alagoanos, a partir do bloqueio de uma fronteira legal do país, que é o Porto, não tem nenhum sentido, visto que a matéria é de exclusiva competência do governo estadual”.

Ontem líderes do movimento trocaram mensagens no Watsupp dizendo que Rosiana deveria adotar nova postura:

“Atenção grupo: a superintendente do Porto Rosiaane Beltrão acabou de comparecer  agora no movimento e falou que ligou para o governador e disse que o nosso pleito é justo e que se o governador não de uma resposta até amanhã  ás 14h ela irá a  imprensa denunciar o descaso do governo e vai apoiar nosso  movimento”.

Apesar da mensagem, Rosiana não falou coma imprensa. Por telefone, ela me disse que teria uma reunião na tarde desta quinta-feira, 13, com líderes do movimento e só falaria sobre o assunto não o final da tarde, depois desse encontro.

Na nota emitida em 26 de fevereiro, a administração do Porto lembrou que “Paralisar as atividades do porto de Maceió, em razão de divergências e pendências acumuladas junto ao setor sucroalcooleiro e ao governo do estado, conforme divulgado, significa levar, a reboque, a interrupção de todas as atividades de movimentação das demais cargas portuárias; de suprimento de combustíveis, da Transpetro e da BR Distribuidora; de montagem de equipamentos industriais, da Jaraguá; e de produção de módulos de plataformas de petróleo, a cargo do Consórcio Tomé-Ferrostaal”.

A preocupação de Rosiana parece ser a de normalização das atividades no Porto. É pouco provável que, diferente da informação, que resolva politizar a questão, até porque ela mantém uma relação “republicana” com o governo do estado.

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate