No jogo da política vale tudo. As vezes o desafeto do inimigo vira melhor amigo. Estimular outro a atacar o adversário é mais comum do que se imagina – especialmente em Alagoas.
Alguns candidatos – os “laranjas” – são lançados especificamente com essa missão. Em todas as eleições eles aparecem, sempre de última hora.
Em lados diferentes, os senadores Fernando Collor, PTB e Benedito de Lira, PP, estão, cada um por razões diferentes, ao lado (ao menos por enquanto) dos maiores adversários um do outro.
Biu é aliado de Téo Vilela, que é o maior adversário de Fernando Collor, que é aliado de Renan Calheiros, que é o maior adversário de Biu. Deu para entender?
Pela lógica Biu e Collor teriam tudo para ir ao confronto. Mas, longe disso, os dois convivem bem e tem mantido um diálogo republicano em torno do processo eleitoral.
Os dois senadores, como se sabe, são peças importantes no tabuleiro eleitoral. Collor lidera para o Senado, enquanto Biu aparece em segundo para o governo, com chances reais de vitória no segundo turno.
Um importante interlocutor do grupo de Biu avisa que, embora não exista perspectiva de de aliança com Collor no momento, o confronto é improvável (impossível foi a palavra que ele usou) : “o senador Benedito de Lira e do deputado Artur Lira reconhecem que Fernando Collor exerce muito bem seu mandato no Senado, defendendo os interesses de Alagoas e representando muito bem o estado. O comportamento em relação a Collor, mesmo quem em palanques diferentes será republicado, de respeito”, aponta.
“O que estou lhe dizendo agora já foi dito na semana ao próprio senador Fernando Collor”, reforçou.