Dia da Mulher, um dia de luta e reflexão

Dia da Mulher, um dia de luta e reflexão

Sei que no Dia Internacional das Mulheres a maioria pensa em dar flores ou bombons e em declarar amor as mulheres que são “fundamentais” em nossas vidas, as mulheres que amamos e nos amam, as mulheres que cuidam e são cuidadas.

Esse sentimento que aflora cada vez com mais força no dia 8 de março pode até parecer natural, voluntário, mas não, não é. É fruto de ações bem planejadas de marketing que transformam uma data que deveria ser de luta e reflexões em um dia festivo e comercial.

Essa é a tendência da indústria, do capital: eliminar as insatisfações e transformar tudo em objeto de lucro. A maioria aceita essa “manipulação” sem questionar. E não é só com o 8 de março. Tudo vira motivo para presentinhos e termina de preferência numa comemoração regada a algum tipo de bebida ou em mero consumismo

Natal, dia das mães, Páscoa, dia dos pais, dia das crianças, namorados… presentes, presentes, presentes, consumo, consumo, consumo.

Embora não seja radicalize, resisto ao consumismo o quanto posso. Por isso quero prestar minhas homenagens ao dia da mulher reforçando que essa é uma data de lutas e como tal deve ser lembrada.

E neste 8 de março quero lembrar de Selma Bandeira, uma alagoana de fibra que conheci e com quem convivi durante curto período.

Militante do movimento estudantil, comunista, Selma Bandeira foi perseguida e enfrentou a ditadura militar. Ainda assim foi médica e das boas. Aqui abo espaço para um registro  pessoal: nos anos 70, quando eu ainda era uma criança fui com minha mãe, dona Norma, para o Recife. Lá Selma nos recebeu, nos apoiou e fez  todo o tratamento, sempre de sorriso aberto e com muito carinho.

Anos depois reencontro Selma Bandeira, eleita deputada estadual de Alagoas pelo velho PMDB, em 1982. Na época eu também comecei a militar no movimento estudantil e acompanhei um pouco sua atuação destacada na política alagoana.
Em 1986, Selma morreu precocemente num grave acidente, quando fazia campanha para chegar á Câmara Federal. Sei que ela teria ido muito mais longe na política alagoana e teria contribuído muito mais se sua trajetória não tivesse sido encerrada tão tragicamente.

Em nome de Selma e de todas as outras mulheres que tombaram na luta ao longo dos anos, décadas e séculos, quero deixar aqui a minha homenagem a todas as mulheres alagoanas e brasileiras, a todas as mulheres do mundo.

Em nome de todas as mulheres, especialmente as que recebem flores, mimos e amor, quero também lembrar que existem hoje no mundo, especialmente em países da África e da Ásia, mas milhões e milhões de mulheres que não podem sequer ter o direito de mostrar a sua beleza, de frequentar uma escola ou de ter o mesmo tratamento que os homens.

 

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Dia Internacional da Mulher, segundo o Wikipédia

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, tem como origem as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Essas manifestações marcaram o início da Revolução de 1917. Entretanto a ideia de celebrar um dia da mulher já havia surgido desde os primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas de mulheres por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920.

Na antiga União Soviética, durante o stalinismo, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda partidária.

Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.

Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.

Leia mais em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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