Morte no Maikai: réu confesso, gerente pode pegar até 30 anos de prisão

Morte no Maikai: réu confesso, gerente pode pegar até 30 anos de prisão

Crime hediondo, premeditado e duplamente qualificado, que pode levar a uma condenação de até 30 anos sem direito a progressão. Em resumo essa foi a avaliação do secretário de Defesa Social, Eduardo Tavares, sobre a provável pena de Marcelo Santos Carnaúba, réu confesso no assassinato de Guilherme Brandão, que era o proprietário da Choparia Maikai, ocorrido no último dia 26 de fevereiro.

Em entrevista o secretário conta detalhes do crime e diz que vai pedir a condenação máxima para o acusado. Eduardo Tavares começa revelando como a versão de Marcelo Carnaúba foi desmontada.

“A policia começou a prender suspeitos, pessoa que estava com uma arma a arma e tava cheirando a fumaça então podia ter sido ela o autor do crime, mas a balística não casava, o exame de balística não fazia as coisas conciliarem, começamos a imaginar que a coisa estava desviada do contexto verdadeiro”, relata.

Segundo o secretário, “as câmeras não visualizaram ninguém entrando nem saindo no local do crime. Depois o gerente da casa, que é contra parente da vítima, começou a contar histórias fantasiosas que não batiam com as primeiras histórias contadas. E aí o dr Alfredo Gaspar e o dr Carlos reis começaram a desconfiar que tinha alguma coisa errada na forma como o autor do delito, o sr Marcelo, estava contando os fatos”.

Eduardo Tavares relata ainda: “Ele dizia que a pessoa que tinha entrado no recinto estava de camisa listrada. Essa camisa não apareceu e ao contar esse fatos ele contava de maneira nervosa. Aí os agentes experientes que são, o dr Carlos rei, o delegado, o dr Alfredo Mendonça, que é promotor de justiça e o dr Mauricio Breda, que é juiz de direito com grande experiência na área, usaram de toda a sua sagacidade, toda a esperteza jurídica, legal, para poder extrair daquele réu, naquele momento, com aquela pressão psicológica que é normal dos investigadores, conseguiram fazer com que ele abrisse o jogo”.

De acordo com o secretário Marcelo disse “olha eu não aguento mais, vou abrir o jogo, não tenho mais como sustentar essas versões que são mentirosas, eu matei Guilherme”. A versão que surge, emenda Tavares, é que Marcelo tinha uma dívida com Guilherme porque tinha desviado dinheiro do Maikai. “Em razão desta dívida, nesse dia fatídico eles foram a um acerto de contas, nesse acerto de contas terminou com Marcelo carnaúba sacando do seu revólver, um calibre 38, que ele adquiriu no Tabuleiro há pouco tempo e desferindo na sua região temporal um tiro certeiro que ceifou a vida de um homem muito querido de nossa sociedade”.

Eduardo Tavares reitera: “o fato é que o gerente foi o autor, infelizmente. Essa é a versão final, o réu é confesso, a prova técnica é robusta, foi decretada sua prisão temporária, que pode se transformar em prisão preventiva.O que nos esperamos é que ele seja exemplarmente punido, porque o crime que ele praticou é muito grave , é um crime de homicídio qualificado cuja pena prevista vai da casa dos 12 anos aos 30 anos de prisão”, enfatiza.

Duplamente qualificado

As investigações e as provas técnicas tendem a agravar a pena do réu, na avaliação do secretário: “Alagoas não tolera mais esse tipo de crime. O crime que abate nosso estado é o crime que provém do crack do uso da droga, esse crime nós estamos combatendo. Mas esse crime não é, é um crime vil, é um crime repugnante, é um crime hediondo e como crime hediondo que é, ele deve responder com a severidade da reprimenda”.

Mesmo dizendo ter pena “muita pena da vitima” e também do réu que cometeu esse delito, Tavares avisa: “Ele vai pagar muito caro por isso, mas ele merece. Ele deveria trilhar pelo caminho da legalidade e infelizmente foi para o caminho da criminalidade e seu lugar é a cadeia”.

As provas, afirma o secretário, são contundentes: “a arma estava no local, foi feito exame de balística, mas a prova mais importante, a rainha das provas, é a chamada confissão. Imagino eu que ele comprou essa arma com intenção de cometer o delito, logo esse crime pode se tratar de um crime premeditado o que o tornará num crime duplamente qualificado. Ele irá sofrer consequências severíssimas. Esse crime é considerado hediondo e ele pode ser condenado a 30 anos sem direito a progressão penal. Esse é o resultado para aqueles que desrespeitam a lei e para aqueles que tiram o bem mais precioso que é a vida”.

Por fim, um desabafo: “a verdade está aí. O crime não tem nada a ver com a falta de policiamento e o crime aconteceu dentro de casa e foi praticado por um parente da vítima. Nos dê um pouco de tempo. Vamos mostrar que Alagoas não tolera criminalidade e vamos mostrar que vamos baixar esses números”.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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