Nova linha de crédito disponibiliza R$ 1,48 bilhão para o setor sucroenergético

Nova linha de crédito disponibiliza R$ 1,48 bilhão para o setor sucroenergético

O PAISS Agrícola, nova linha de crédito para o setor sucroenergético, disponibilizará R$ 1,48 bilhão em crédito no período que vai de 2014 a 2018. Os recursos serão oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Durante a apresentação da linha de crédito nesta segunda, dia 17, a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, afirmou que os custos de produção das usinas sucroenergéticas dobraram do início da década passada até hoje.

– Durante os anos de crescimento do setor, entre 2002 e 2010, o custo de produção agrícola chegava a US$ 15 por tonelada. Hoje está na casa de US$ 30 por tonelada – afirmou durante a apresentação do PAISS Agrícola na sede da entidade, em São Paulo.

A presidente da Unica destacou que 60% do custo de produção de etanol e açúcar está na área agrícola.

Segundo ela, uma dos objetivos do PAISS Agrícola, que complementa o PAISS Industrial, é justamente ajudar o setor no campo, seja para trazer ganhos de produtividade ou reduzir os custos de produção.

– É um passo que pode nos ajudar a chegar a um novo ciclo de investimentos para expandir a capacidade de produção do setor – afirmou.

Elisabeth lembrou que a indústria tem avançado e adotado novas tecnologias em velocidade ímpar, como se observa no processo de mecanização da colheita, que está levando ao fim do uso do fogo nos canaviais.

– Mas é fato que no esforço para mecanizar, o setor alterou processos literalmente sem pesquisa, adaptando tecnologia existente e usada para a cana colhida manualmente. Ao longo de cinco anos, adaptou-se a cultura da cana às máquinas e não as máquinas à cultura da cana. Provavelmente levaremos outros cinco anos até encontrar respostas mais adequadas – frisou.

Projetos

O PAISS Agrícola trabalhará com projetos de inovação em cinco linhas temáticas, nas quais estão incluídos sistemas integrados de manejo, planejamento e controle da produção; máquinas e implementos para plantio ou colheita; e técnicas mais ágeis e eficientes de propagação de mudas e dispositivos biotecnológicos inovadores para o plantio.

As empresas poderão participar do processo de seleção em parceria com outras companhias e Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs). Os planos de negócio devem ter valor mínimo de R$ 20 milhões, com prazo de execução de até 48 meses, e ser desenvolvidos, preferencialmente, no território nacional.

O edital do PAISS Agrícola e toda a documentação relacionada estão disponíveis no site da Finep.

Etanol

Sobre etanol, a presidente da Unica citou que as dificuldades enfrentadas pelas empresas sucroenergéticas já duram cinco safras e são causadas pelas incertezas quanto à participação do etanol na matriz energética brasileira e pela desoneração da gasolina.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que o governo está empenhado em colaborar na aceleração de mudanças que permitam recuperar a pujança do setor de etanol. Ele destacou que a produção deste segmento econômico cresceu muito até 2010, mas caiu nos últimos três anos, em função de alguns fatores, entre eles safras prejudicadas por fatores climáticos e queda de produtividade por falta de renovação de canaviais, em função da crise anterior.

De acordo com Coutinho, de 2005 a 2010 foram investidos R$ 80 bilhões pelo setor do etanol, o que viabilizou a construção de 100 usinas.

– Foi criada capacidade e depois veio a crise financeira internacional. Nós trabalhamos intensamente naquele momento, em 2008 e 2009, foi um período bastante difícil para o setor, mas foi superado, graças ao trabalho intenso dos senhores – comentou.

Protagonismo

O chefe do departamento de biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo Cavalcanti, afirmou que a produção brasileira de etanol de segunda geração (2G), feita a partir da biomassa de cana-de-açúcar, deverá chegar a 130 milhões de litros em 2015, colocando o país como o “protagonista” na fabricação mundial do biocombustível.

Ele considera, nessa conta, os projetos que estão sendo construídos com a colaboração do PAISS Industrial, lançado em 2011. Segundo Cavalcanti, um é o da Gran Bio, que deverá entrar em operação ainda no primeiro semestre em Alagoas, com capacidade para produzir 90 milhões de litros ao ano. O outro projeto é o da Raízen, do Grupo Cosan, que está sendo montado em São Paulo e poderá fabricar 40 milhões de litros a partir do primeiro semestre do ano que vem.

Artur Yabe, gerente do departamento de biocombustíveis do BNDES, complementou dizendo que o etanol 2G traz mais produtividade por hectare de cana-de-açúcar. De acordo com ele, um hectare pode gerar 7 mil litros de etanol convencional, mas ao se adicionar o produto advindo do bagaço da palha a produção chega a 10 mil litros.

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Redação

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