Abordagem Social trabalha no apoio e reinserção da população de rua

Abordagem Social trabalha no apoio e reinserção da população de rua

Dia ensolarado em Maceió e uma equipe do Serviço Especializado em Abordagem Social da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) sai para mais uma ação de monitoramento. Formada por cinco profissionais (dois psicólogos, uma assistente social e dois educadores sociais), ela tem a missão diária de fazer o encaminhamento da população que se encontra em situação de vulnerabilidade nas ruas de Maceió aos serviços socioassistenciais e de acolhimento oferecidos pelo Município.

A primeira tarefa do dia é a transferência de um senhor, que vamos chamar de João da Silva (nome fictício), para a sua cidade natal, Aracaju. João é sergipano e veio a Alagoas há três meses para tentar arrumar emprego, mas a situação desfavorável e os sinais de distúrbios mentais o impediram de concretizar os planos. Desconsolado e sem parentes em Maceió, resolveu ficar nas ruas.

O pai de dois filhos, divorciado e ex-professor, passou dois meses fazendo das avenidas do bairro do Poço local de moradia e há pelo menos um mês construiu o próprio barraco na Praça Sinimbu.

Durante todo o período em que passou morando nas ruas, João recebeu a assistência da equipe de Abordagem Social da Semas, mas se recusava a sair da situação de rua porque era alimentado pelos moradores da região, que, além de oferecer comida, davam a ele dinheiro e objetos, como colchões e alguns móveis, incentivando, de forma indireta, a permanência dele no local público.

Casos como o do João são comuns e se juntam aos outros casos acompanhados diariamente pela Semas e que, iguais a ele, apresentam recusa de sair das ruas pelo mesmo motivo. “A gente chega a encaminhar pessoas em situação de rua para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico, o Pronatec, e outros programas que oferecem, além da ajuda de custo, a formação profissional. Mas eles [usuários] confessam que em dois dias nas ruas ganham muito mais, sem trabalhar, porque as pessoas acabam dando dinheiro e outros tipos de ajuda”, destacou a coordenadora da equipe, Pricilla Guimarães, sobre uma das principais dificuldades para o trabalho de abordagem: a mendicância.

Segundo os profissionais da Assistência Social, portas de farmácias e de supermercados são os locais mais escolhidos por estes usuários para garantir o ‘sustento’. Alimentados pelos moradores das regiões e clientes dos pontos comerciais, geralmente eles se recusam a aceitar qualquer tarefa que lhes remetam a ganhar dinheiro com algum tipo de esforço.

“Não é tarefa da Assistência Social retirar as pessoas à força das ruas, até porque é um lugar público e de livre arbítrio para a população. O nosso trabalho é intermediar o acesso das pessoas que estão vulneráveis aos serviços que são delas por direito”, conta a psicóloga da equipe de Abordagem Social , Thiana Sophia.

João da Silva pediu para voltar à Sergipe e teve sua passagem cedida pela Semas, que disponibilizou profissionais para acompanhá-lo até o Terminal Rodoviário da capital e que o ajudaram a escrever uma nova história a partir de agora. O usuário foi encaminhado aos serviços oferecidos pela Assistência Social de Aracaju. “Fizemos o contato com a equipe de Abordagem Social de Aracaju e ele será recebido pelos profissionais do município. A partir de agora, as equipes em Aracaju vão ajudá-lo a ser reinserido na família e no mercado de trabalho”, completou Priscilla Guimarães.

Visando ampliar o atendimento às pessoas em situação de rua e incentivar a população a contribuir com o trabalho do poder público, a Semas ativou o número 0800 284 8048. Através de uma ligação gratuita, as equipes especializadas recebem informações sobre pessoas que estão fazendo de lugares públicos moradia e iniciam o trabalho de apoio, reinserção e encaminhamento social junto com as demais secretarias municipais. “Através do 0800, queremos incentivar a população a contribuir com o trabalho de apoio e encaminhamento de pessoas em situação de rua para serviços oferecidos pelo poder público, como acolhimento institucional, retorno para a cidade de origem e reinserção no meio familiar”, destacou a secretária de Assistência Social de Maceió, Juliana Vergetti.

Assistência em Maceió – Carência de vagas em clínicas específicas de atendimento ao dependente químico e outros tipos de vícios, também contribuem para a permanência de jovens e adultos nas ruas da capital. É necessário o empenho do usuário em querer ser atendido e respeitar as condições de inserção nos programas de atendimento.

Além da Casa de Passagem Manoel Coelho Neto (conhecido Albergue Municipal), Maceió conta com equipes especializadas voltadas ao atendimento à população de rua, tanto no serviço de Abordagem Social, quanto nos Centros POP (Centro de Referência Especializado para População de Rua) e conta ainda com a rede credenciada voltada ao mesmo atendimento.

As seis equipes de Abordagem Social trabalham de segunda à sexta-feira das 08h às 22h e com plantões aos finais de semana das 17h às 20h.

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