O desembargador James Magalhães classificou como alto o valor de R$ 2,85, sugerido por empresas de ônibus de Maceió como novo valor da tarifa municipal. O magistrado se pronunciou na manhã desta terça-feira (11), no Tribunal de Justiça de Alagoas, e reconheceu a necessidade de aumento, mas ponderou sobre o valor sugerido por empresários do setor.
Magalhães explicou que o aumento dos insumos justifica uma alta no preço das passagens, como pede a Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal), e lembrou que a prefeitura de Maceió não concedeu incentivos para o setor nos últimos dois anos. No entanto, disse que o preço sugerido é “demais”.
“[O valor de] R$ 2,85 é demais. É preciso avaliar vários pontos. Esse valor pesa no bolso no usuário que, às vezes, pega vários ônibus para chegar ao destino. Para ser cobrado isso, teria de haver corredores especiais, linhas racionais, não haver atravessadores, como vans e mototaxis porque isso bagunça tudo”, explicou James Magalhães.
A decisão sobre o novo valor da tarifa de ônibus em Maceió só deve sair na próxima semana, quando o magistrado – que é relator do processo que tramita no Tribunal de Justiça – deve se pronunciar oficialmente. Só após o voto do relator é que a 3ª Câmara Cível do Tribunal poderá decidir o processo.
Magalhães afirmou que a prefeitura de Maceió não poderá “decidir não aceitar o aumento no preço da passagem”, porque compete à Justiça tomar decisões.
Outro ponto abordado pelo desembargador diz respeito à organização do trânsito na capital alagoana. O magistrado fez um comparativo entre Maceió e Aracaju e lembrou que, na cidade sergipana, as vias são planejadas e o trânsito flui normalmente. Aqui, ele citou o grande número de transportadores clandestinos e a falta de fiscalização – no âmbito municipal e estadual.
“Há uma discrepância muito grande entre o índice de passageiros por km em Aracaju, uma cidade planejada e com 800 mil habitantes, e aqui em Maceió. O índice de Aracaju é bem maior que o daqui, porque o trânsito é bagunçado. Em Aracaju é 1.99 por km e aqui 1.65”, disse o desembargador relator.
O QUE DIZ A TRANSPAL – Os empresários do setor alegam que o reajuste da passagem deve acontecer em virtude do aumento dos insumos, a exemplo de combustível e de peças automotivas. Segundo a Transpal, os empresários bancam 100% dos custos e estariam “no limite”, alegando o endividamento de todas as empresas da capital.
GazetaWeb
Author Description
