Fevereiro segue com calor intenso e preocupa produtores de cana-de-açúcar

Fevereiro segue com calor intenso e preocupa produtores de cana-de-açúcar

O mês de fevereiro começa com calor intenso e chuvas mal distribuídas por todo Brasil. O país está vivendo duas situações climáticas que são mais típicas do outono e inverno do que propriamente do verão. O clima segue sob a influência de um bloqueio atmosférico e de valores de umidade relativa do ar extremamente baixos por conta das altas temperaturas e da massa de ar seco. Além disso, existe a chamada Oscilação Decadal do Pacífico, que a meteorologia chama de ciclos da Terra em que os oceanos entram em fases mais quentes e frias. Esses ciclos duram cerca de 30 anos.

– Estamos entrando em uma Oscilação Decadal do Pacífico (ODP) fria, o que faz a chuva ficar mais escassa pelo Brasil – explica o meteorologista da Somar Willians Bini.

Segundo ele, quando somadas, pequenas variabilidades têm como resultado uma grande anomalia. O mês de janeiro foi o mais quentes da história em Porto Alegre e em São Paulo, desde que o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) começou as suas medições, respectivamente em 1943 e 1916 nessas capitais. Choveu, neste último fim de semana, 30 milímetros em algumas áreas de São Paulo, mas não foi a chuva generalizada que os agricultores esperavam. Na região metropolitana, a estiagem está colocando em risco até mesmo o abastecimento de água.

Com todo esse cenário, os produtores de cana-de-açúcar de Capivari e Piracicaba já estão preocupados e estimam perdas na produtividade da lavoura que será colhida em abril. Nessa época do ano, a planta era para estar com 80% de desenvolvimento e até agora só atingiu os 50%.

– As plantas estão muito secas e por isso não estão se desenvolvendo – diz o agrônomo Arnaldo Bortoleto, da Coplacana – Coopperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo.

A expectativa destes produtores é que chova no mês de fevereiro.

– Se chover em fevereiro pode ser que as plantas se recuperem para serem colhidas em maio e junho, mas em abril, a colheita já está muito comprometida – completa Arnaldo.

De acordo com as previsões estendidas da Somar Meteorologia, até há previsão de pancadas de chuva a partir da segunda quinzena do mês, mas os volumes diários são de, no máximo, 15 milímetros, o que é insuficiente. Somente na segunda quinzena de março é que podemos ter volumes superiores aos 30 milímetros acumulados em boa parte do interior do Estado.

Rural Br

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Redação

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