Ação da prefeitura ameaça mais e 2 mil empregos em Maceió

Ação da prefeitura ameaça mais e 2 mil empregos em Maceió

O “braço forte” do Estado e da prefeitura da capital está empurrado para a marginalidade um setor que gera mais de 2 mil empregos somente na capital: o de abate e comércio de frangos. Tradicionalmente, o consumidor de Alagoas prefere aves abatidas na hora, serviço que é prestado, especialmente nos bairros mais populares por abatedouros ou avícolas, pequenos negócios que geram em média de 4 a 8 empregos diretos e fazem circular renda na cidade.

Estima-se que existam em Maceió entre 250 e 300 avícolas, espalhadas pelos quatro cantos da cidade. São essas pequenas empresas as únicas responsáveis pelo escoamento da produção de toda a avicultura alagoana. Isso porque no estado não existe nenhum abatedouro industrial.

Apesar da importância do segmento, essas empresas se transformaram de uma hora para outra em alvo de verdadeira perseguição dos agentes públicos.

Quem provou o “remédio amargo” que vem sendo aplicado em doses cavalares foi Jairo santos, proprietário de uma avícola localizada no Benedito Bentes I. Ele ainda está estado de choque pela interdição de sua empresa, ocorrida nesta quarta-feira, 29, numa ação que assustou não só ele, mas sua família, seus funcionários e clientes. “Chegaram aqui com arrogância, mandando fechar tudo e apreendera minha mercadoria. Como é que vou pagar minhas contas?”, desabafou.

No ramo há 25 anos, Jairo Santos tem uma empresa legalizada e – pasmem – paga todos os impostos, incluindo taxa de localização. Ele se sentiu tratado pior que bandido. “Tenho um abatedouro, com tudo certo, pago impostos, o lixo vai para o aterro sanitário e, hoje veio a Vigilância Sanitária, a Polícia e a Adeal veio e interditaram a parte do abatedouro, sem dar tempo para nada. Faço tudo certo e agora não sei o que vou fazer de minha vida”, lamentou.

A de fiscalização, que é coordenada pela Slum, Vigilância Sanitária e Secretaria Municipal do Meio Ambiente, conta com suporte do Batalhão de Polícia Ambiental e – de forma aparentemente indevida – da Adeal.

A ação está provocando preocupação e prejuízos também no campo. Donos de granja que estão perdendo mercado começaram a reduzir a produção e a demitir trabalhadores. O suplemento Gazeta Rural traz na sua edição de amanhã, que circula com a Gazeta de Alagoas, novas informações sobre esse problema que está ameaçando milhares de empregos em Maceió e no estado.

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Edivaldo Junior

Edivaldo Junior

Edivaldo Junior é jornalista, colunista da Gazeta de Alagoas e editor do caderno Gazeta Rural

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