Importação de etanol prejudica produção do NE

Importação de etanol prejudica produção do NE

A importação de etanol excedente dos Estados Unidos para abastecer o mercado nordestino, segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira, além de causar surpresa ao setor, já que a safra 13/14 ainda não foi finalizada, gera prejuízos financeiros as usinas da região.

“Essa importação ocorre num momento em que as usinas ainda estão moendo, precisando comercializar o produto e passando por situação financeira difícil. Diante deste quadro chega o álcool importado, que vem em grande volume, para ser desembarcado nos portos do Nordeste, entrando pelo Maranhão e Suape, em Pernambuco”, alerta Nogueira.

De acordo com o presidente do Sindaçúcar-AL, os importadores, empresas sediadas do Centro-sul do Brasil, são atraídos por uma condição fiscal mais favorável. Sem pagar impostos, isento de PIS e Cofins, o combustível norte americano chega ao país mais barato que o produzido no Brasil, gerando uma concorrência, neste momento, desleal.

“Estamos em plena safra e vamos ter estoque até maio. As transferências para abastecer a região são necessárias. Porém, não entre os meses de dezembro e abril. O regime de importação e exportação é livre. Mas, o governo deveria sair em defesa do Nordeste. Afinal, ele tem conhecimento da situação tanto é que deu uma tímida atenção ao setor com a subvenção. O Nordeste não pode perder receita por conta da queda nos preços provocada pela exportação”, reforçou Nogueira.

De acordo com o líder do setor em Alagoas, o governo pode atuar induzindo a importação de etanol no período onde ela é necessária como forma de complementação. “Este etanol seria em boa hora no momento adequado, sem subtrair preço. A importação pode prejudicar faturamento das unidades. Como o preço da cana é formado a partir do preço de mercado dos produtos (etanol e açúcar) também prejudica os fornecedores”, avaliou Nogueira.

Nos últimos anos, no período da entressafra, o Nordeste tem recebido uma complementação no abastecimento de etanol do Centro-sul que, por ser um produto nativo, produzido nas mesmas condições, não gera concorrência desleal e não compromete a comercialização do etanol produzido pelas unidades industriais nordestinas.

“É um ciclo natural enquanto o Nordeste não amplia a produção para manter o estoque na entressafra. Contudo, com a seca, foi aberto um espaço maior para a necessidade de transferência do etanol do Centro-sul para abastecer o mercado nordestino, mas não para a importação. O apelo que fazemos ao governo é que, através de seus mecanismos, desestimule a importação neste momento”, reforçou o presidente do Sindaçúcar-AL.

 Assessoria

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate