Falta de energia paralisa sistema de água da Bacia Leiteira e causa prejuízo de milhões à Casa

Falta de energia paralisa sistema de água da Bacia Leiteira e causa prejuízo de milhões à Casa

O sistema coletivo da Bacia Leiteira, que atende a 19 municípios, está com o abastecimento de água comprometido devido à deficiência no fornecimento de energia elétrica. Os equipamentos da estação elevatória que fica à margem do rio São Francisco, em Pão de Açúcar, são paralisados constantemente porque a potência energética não é suficiente para mover os motores. O funcionamento da estação, em geral, começa às 6h com dois motores e às 11h o sistema é desarmado devido à baixa tensão energética, ficando em funcionamento apenas uma bomba, o que é insuficiente para bombear a água para os 19 municípios da região.

Outro fator agravante para o abastecimento da Bacia Leiteira é a queda de vazão do rio São Francisco, em função do represamento para atender hidrelétricas e da limitação imposta pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em decorrência dessa imposição, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) precisou instalar um equipamento flutuante para reforçar a sucção das bombas da captação existente, mas o efeito desse procedimento é prejudicado pelas constantes quedas de energia.

Todos esses fatores geram intermitências e deficiências no abastecimento, além de grandes prejuízos financeiros e de imagem para a Casal. De 2007 a 2013, a empresa deixou de produzir 372 milhões de litros de água, apenas no sistema da Bacia Leiteira, por conta da falta de energia. O prejuízo, portanto, foi de R$ 1 milhão e 200 mil reais, segundo levantamento realizado pela Companhia.

De acordo com o engenheiro Jorge Briseno, assessor técnico da Vice-presidência de Gestão Operacional da Casal, nas 20 maiores elevatórias, incluindo a da Bacia Leiteira, o prejuízo financeiro foi de R$ 6,6 milhões.

Além disso, acrescenta Briseno, a Casal é penalizada por causa da redução da vazão do rio São Francisco. O nível do rio fica muito baixo, impedindo o funcionamento normal dos rotores das bombas da estação elevatória. “O desgaste prematuro desses equipamentos força a realização de manutenções constantes, elevando os custos da produção de água”, explicou.

Ainda conforme o levantamento da Casal, no período de uma semana – de 13 e 19 de janeiro corrente – as três elevatórias principais da Bacia Leiteira poderiam ter trabalhado 147 horas de forma contínua com dois equipamentos. Em vez disso, foram trabalhadas apenas 80 horas, ou seja, praticamente a metade do que seria necessário.

Há locais em que a Casal foi obrigada a sustar o faturamento, como são os casos de Jaramataia e o povoado São Marcos, em Major Isidoro, porque o abastecimento foi interrompido por problemas de falta de energia elétrica, conforme informou o gerente da Unidade de Negócio Bacia Leiteira, da Casal, José Arnaldo. Ele disse que a Casal faz tudo que está ao seu alcance para que a água chegue a todos os lugares da Bacia Leiteira, mas, infelizmente, o desejo não se concretiza porque a empresa depende do rio São Francisco e, principalmente, de energia elétrica para bombear a água para os 19 municípios da região. Arnaldo revelou, ainda, que, para amenizar a situação, a Casal tem enviado carros-pipa para locais onde a escassez de água é mais prolongada, mas que essa providência é insuficiente para suprir a carência.

Sobre esses problemas o presidente da Casal, Álvaro Menezes, afirmou que a diretoria da empresa vem tomando as medidas judiciais cabíveis e fazendo consultas legais junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Águas (ANA) e Comitê do São Francisco para que, no que competir a cada um desses agentes, sejam adotadas providências justas para que a população e a Casal não sejam prejudicadas.

Menezes também revelou que a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) autorizou, no dia 16 deste mês, o início das obras de melhoria do sistema de abastecimento de água da Bacia Leiteira e que poderá funcionar plenamente se o problema da falta de energia for resolvido. “A Casal tem plena convicção de que a Eletrobras cumprirá o seu Plano de Investimentos”, concluiu Menezes.

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