Promotoria de Joaquim Gomes instaura inquéritos para apurar supostas irregularidades na Prefeitura

Promotoria de Joaquim Gomes instaura inquéritos para apurar supostas irregularidades na Prefeitura

Duas portarias publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (09) instauraram inquéritos civis para apurar supostas irregularidades cometidas pela Prefeitura Municipal de Joaquim Gomes. O promotor de Justiça Adriano Jorge Correia de Barros Lima vai investigar se o Poder Executivo daquela cidade está agindo com falta de transparência na gerência dos recursos destinados à área da Saúde e, ainda, se ele cometeu ato de improbidade administrativa ao burlar licitações.

Através da Portaria n° 01/14, o Ministério Público Estadual de Alagoas está requisitando à Câmara Municipal de Joaquim Gomes as leis orçamentárias dos anos de 2012 e 2013 e informações sobre eventuais medidas adotadas e/ou ações de fiscalização da gestão municipal de saúde relativas ao mesmo período. Ao Município, foram solicitados todos os relatórios resumidos de execução orçamentária dos anos de 2012 e 2013 e seus anexos; o relatório da consolidação das contas referentes às despesas com ações e serviços de saúde; a folha de pagamento de todo pessoal da saúde desses mesmos anos e também os relatórios quadrimestrais dos anos de 2012 e 2013.

Essa investigação da Promotoria teve início após o Conselho Municipal de Saúde de Joaquim Gomes comunicar ao MPE/AL que o prefeito Antônio de Araújo Barros estaria sonegando informações a respeito de um fundo que recebe recursos para aplicar em ações de saúde no município. O Colegiado disse que o gestor estava agindo com falta de transparência e dificultando o trabalho dos conselheiros no seu papel fiscalizador. A denúncia também envolve o secretário de Saúde de Joaquim Gomes.

Por isso, a ele, o promotor Adriano Jorge Correia de Barros Lima solicitou os relatórios de gestão do SUS referentes aos anos de 2012 e 2013; informações sobre quais os meios de divulgação das prestações de contas periódicas, bem como, a comprovação das referidas divulgações e todos os processos de registro contábil relativos a despesas efetuadas com ações e serviços públicos de saúde.

A última solicitação será feita o Ministério da Saúde. O MPE/AL vai pedir uma certidão que comprove que a referida Prefeitura está cumprindo a obrigação de fazer o registro e a inserção de dados no SIOPS, como determina legislação em vigor.

“Vamos analisar esse material que nos será enviado para, depois, decidir se há elementos suficientes para a possível propositura de ação civil pública por atos de improbidade administrativa em face dos gestores envolvidos. Também existe a possibilidade de propormos ações destinadas ao cumprimento das responsabilidades do Município no que se refere à gestão do sistema de saúde”, explicou o promotor de Justiça.

Suspeitas de fraude à licitação e recebimento ilegal de dinheiro

A vice-prefeita Ana Genilda Costa Couto e os vereadores José Júlio Fragoso Alves e Alisson David Gomes Santos também formularam representações contra o prefeito Antônio de Araujo Barros. As denúncias feitas por eles serviram de base para que a Promotoria de Joaquim Gomes instaurasse um outro inquérito civil, dessa vez, através da Portaria nº 02/14.

Segundo as denúncias feitas por eles, no ano de 2012, o atual prefeito, Antônio de Araújo Barros, teria realizado diversas despesas que totalizaram mais de R$ 4.500.000,00 (quatro milhões e quinhentos mil reais) em discordância a Lei n° 8.666/93, a Lei de Licitações. O gestor também teria efetuado, a ele mesmo, um pagamento de cerca de R$ 34.000,00 (trinta e quatro mil reais) sem uma justificativa convincente e amparada nas normas vigentes.

Por fim, a vice-prefeita e os parlamentares acusaram o prefeito de sonegar informações relacionadas a prestações de contas de sua administração. Já um homem identificado como Robsvaldo Alexandre da Silva denunciou ao MPE/AL que Antônio de Araújo Barros efetuara vários pagamentos, supostamente superfaturados, para servidores públicos. Um médico teria recebido, somente em um mesmo mês, a importância de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais).

“Vamos investigar todas essas acusações e apurar se existem provas que permitam ao Ministério Público propor uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa em face do atual

prefeito. E também é importante esclarecer que, se ficarem comprovadas as ilicitudes, o gestor poderá ainda responder a uma ação penal”, esclareceu Adriano Jorge Correia de Barros Lima.

À Câmara Municipal, o promotor vai solicitar informações quanto à prestação de contas feita pelo prefeito municipal no ano de 2012 e cópia da Lei Orgânica Municipal. Já ao prefeito serão requisitados os relatórios resumidos de execução orçamentária do ano de 2012 e seus anexos; todos os processos licitatórios, inclusive os que concluíram pela dispensa ou inexigibilidade de

licitação, relacionados às despesas narradas no corpo da representação que deflagrou a instauração do inquérito civil; os balancetes dos meses de julho e agosto de 2012 e a folha de pagamento de todos os servidores municipais e contratados relativa ao ano de 2012.

Assessoria

Author Description

Redação

Sem Comentários ainda.

Participe do debate