Comprar vacina pode. A dúvida é se o empresário terá ou não que fazer doação de todas as doses para o SUS até que todos os grupos prioritários sejam vacinados, como prevê lei já aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nesta terça-feira, 31, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu uma participação maior da iniciativa privada no processo compra de vacinas contra o coronavírus. O objetivo, explica Lira, é dar celeridade ao Plano Nacional de Imunização. Para ele , não há conflitos de interesse na entrada do setor no processo de imunização.
A iniciativa de Arthur Lira, de acelerar a votação de projeto que permite a compra de vacinas pela iniciativa privada sem que doem doses ao SUS, “deixou parlamentares perplexos e deve sofrer resistência”, segundo informação da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.
“Uma das surpresas polêmicas do projeto, apresentado pelo deputado Hildo Rocha (MDB-MA), é a que prevê que as empresas poderão abater o valor gasto do imposto de renda. Ou seja, o recurso que elas vão desembolsar para “furar a fila” será pago por toda a sociedade —incluindo os mais pobres”, aponta a jornalista.
Eu também acredito que o correto é que cada esperar sua vez. Mas será que é isso que está ocorrendo no Brasil? As denúncias de gente furando fila só aumentam. Quem controla a vacina, na ponta, são mais de 5 mil prefeitos. E quantos deles não tiveram a tentação de furar a fila ou não furaram até agora?
A liberação da compra por empresas pode ajudar sim a acelerar a vacinação. Se bem conduzido o processo, pode ajudar ao PNI e ao Brasil, sem deixar de fora os grupos prioritários.