Prefeito Rui Palmeira fala sobre política e gestão

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2020/01/rui-palmeira-foto-george-gianni-psdb-.jpgPrefeito Rui Palmeira fala sobre política e gestão

O prefeito de Maceió ganhou força nos bastidores políticos nas últimas semanas graças ao ‘banho de asfalto’ que se vê nos principais corredores de tráfego da capital.

Rui Palmeira revela que todas as obras de recapeamento espalhadas pela cidade estão sendo tocadas com recursos da Codevasf, “com a ajuda do ex-senador Benedito de Lira” e de recursos extras, a exemplo da negociação com o Itaú (gestão da folha de pessoal), que rendeu mais de R$ 40 milhões e da Cessão Onerosa, cerca de R$ 22 milhões.

Afora esses recursos, o prefeito deve fechar seu último ano de gestão com mais US$ 70 milhões de uma linha de financiamento do CAF (o equivalente a R$ 280 milhões hoje), que começam a ser efetivamente aplicados em diferentes projetos de investimentos a partir deste mês.

O prefeito pode conseguir, ainda outro empréstimo, de US$ 63,5 milhões com o BID para o projeto “De Frente Para a Lagoa”.

Em entrevista exclusiva ao Blog do Edivaldo Júnior, o prefeito Rui Palmeira falou sobre política e gestão.

Rui Palmeira (PSDB) confirma que tem conversado com vários pré-candidatos. Mas sua primeira escolha é ter um palanque tucano.

Alguns pré-candidatos têm procurado o prefeito. E ele confirma o diálogo sobre sucessão com alguns deles.

Um candidato para chamar de seu

“Tenho um diálogo muito bom Ronaldo (Lessa) e converso bem também com Davi (Davino Filho). E a questão do Alfredo (Gaspar) no momento que ele deixar o Ministério Público é que de fato vai passar a ser encarado como candidato”. Converso bem com todos, mas quero ter meu candidato no PSDB. Disse isso recentemente ao senador Rodrigo Cunha, que não vejo lógica nós termos hoje o comando da capital e ter um candidato de outro partido. Não entra na minha cabeça. Minha luta é para ter um candidato do PSDB. Tudo vai passar por uma conversa com o senador Rodrigo Cunha. Para trazer novos quadros, tem que passar pelo diretório estadual que é comandado pelo Rodrigo, mas vamos conversar sobre isso também”.

Disputa pelo governo

“A gente tem que lutar para permanecer juntos (falando em relação a PSDB, DEM, PP, PROS e Podemos). Se separar fica mais difícil. Vou encerrar 8 anos a frente da prefeitura da capital, é natural pensar na candidatura ao governo. Mas não depende só da minha vontade. Depende do grupo. Pode ser que não aconteça. Mas é claro que tenho essa vontade e espero ser governador do meu estado. Mas primeiro é encerrar bem 2020, trabalhar para ter meu sucessor e trabalhar muito para ter algo consolidado para 2022.”

Marcelo Palmeira

“A gente tem conversado (falando em relação ao vice-prefeito) sempre e ficamos de bater um papo em janeiro para algumas definições. Ele está bem tranquilo. Sempre ajudou e várias vezes assumiu a prefeitura e nunca me criou qualquer tipo de contratempo. Ele cria uma chapa de vereador, Tácio outra: não tenho me metido. Vai ter “arenga” com o fim das coligações proporcionais ou cada partido tem chapa viável. Tá todo mundo se mexendo. Mas até lá vão abrir as janelas para os vereadores. Acredito que uma boa parte deva permanecer ao meu lado.”

Conversa com PP

“Falei com Artur ao telefone. Iremos nos encontrar. Mas já falei com o senador Biu. Em janeiro todo mundo se encontra.”

2020: Candidato Rui x Renan

“A tendência é ter isso (colocar um nome apoiado pelo prefeito e pelo governador no segundo turno em Maceió este ano). Mas teremos uma eleição mais pulverizada, com o prefeito não concorrendo. O grande exemplo daqui é acontecer de ano que vem um candidato ir para o segundo turno com poucos votos. Como teve no RJ. Acredito que terá um número grande de candidatos. Com certeza será uma eleição de 2º turno.”

De Frente pra Lagoa

“O De Frente pra Lagoa, Edivaldo, está dentro dos contratos que foram assinados em dezembro de 2018 e o atual governo suspendeu todos eles. A questão é que já existe contrato, o Presidente da Caixa Econômica Federal teve aqui e uma das pautas foi isso. Foi um alívio porque ele colocou que a AGU, CGU e a Caixa estão chegando a um entendimento para liberar esses empreendimentos de fato, que eles não encontraram irregularidades. E um deles é o De Frente pra Lagoa. Foi uma operação complexa, porque toda aquela área é da União e a União teve que fazer uma cessão de uso para a prefeitura. Isso foi em março de 2018. A gente começou a pensar aquele projeto em 2015 o Presidente da Caixa me garantiu que tem tudo para retornar os pagamentos em janeiro. A gente espera que até o fim de 2020 a possa pelo menos entregar uma parte dos apartamentos. Em um ano, a ideia era entregar os primeiros 560 apartamentos de frente para a lagoa. Não serei eu que entregarei a obra finalizada, é uma frustração, mas fico feliz se de fato essa obra iniciar, se ela tomar um ritmo já vou me dar por satisfeito de plantar essa semente importante para a cidade”.

Educação

“Eu fico muito feliz com os números da educação. A educação a gente consegue aferir porque tem a avaliação do IDEB, então se você pega Maceió em 2013, disputada com São Luís do Maranhão a última colocação das capitais e hoje nós somos a 4ª do Nordeste e no último IDEB nós fomos a capital brasileira que mais avançou, mostra que a gente tá no caminho certo. Ainda temos muitos problemas, mas mostra que a gente conseguiu realmente mostrar um caminho e eu tenho certeza que o próximo Prefeito vai dar sequência nesse trabalho da educação e Maceió pode nos próximos anos chegar no patamar quem sabe de Fortaleza e Teresina que são as melhores do Nordeste e as melhores do Brasil. Eu acho que temos um rumo longo, mas estamos no caminho certo”.

Saúde

“Hospital, a gente tentou. O Senador Benedito chegou a colocar uma emenda, infelizmente não foi liberada, que era para a parte alta. Depois a gente realmente viu que era melhor focar em deixar a coisa arrumada, do que partir para uma grande obra, se a gente não tinha garantia do recurso… poderia vir um pedaço do recurso e para a gente ter uma obra para amanhã estar paralisada, não valeria a pena. Então foi melhor a gente focar no que realmente a gente tem e a acho que foi a coisa mais acertada”.

Nova Maceió

“Banco do Brasil, CAF e tem recurso da CODEVASF; são dois financiamentos: Banco do Brasil, tem recurso CODEVASF, recurso federal e o grosso é CAF, são 70 milhões de dólares, todo ele para esgotamento, pavimentação. A gente começa agora em janeiro, estava ali conversando com o pessoal do gerenciamento do programa agora, já está com o primeiro contrato assinado, e em janeiro começa a primeira obra, que será no clima bom e são mais de 140 ruas”.

Asfalto

“Asfalto é parte CODEVASF, conseguida pelo Senador Biu e parte recursos próprios. A Avenida Moura Rocha, que a gente já entregou, e a Humberto Gomes de Barros, que entregamos agora em janeiro, são financiadas pelo Banco do Brasil, com o financiamento de 10 milhões; a gente aprovou mais um com o Banco do Brasil de 15 milhões e vão entrar alguns recapeamentos de corredores, calçadas e melhorias viárias. Mas o do CAF é todo ele para esgotamento, pavimentação, acessibilidade, enfim, a urbanização nas regiões mais carentes da cidade, começando pelo clima bom, em janeiro”.

Caixa apertado

“O problema é o seguinte, o recurso livre que a gente tem é muito pouco. A gente no final das contas consegue pagar ali as folhas e sobra quase nada. Sem pensar que a nossa folha é de R$ 90 milhões, o mês, e a gente dar um reajuste de 5%, são R$ 45 milhões ao ano, de impacto são R$ 60 milhões ao ano, são 4/5 todo mês. É muito pesado. A folha é pesadíssima de ativos e inativos; esse ano a gente não deu reajuste a folha cresceu mais de 3%, ela não para de crescer”.

Previdência

“Todo mês a gente aporta em torno de R$ 15 milhões de reais. Na gestão do Almeida (Cícero), foram criados dois fundos diferentes: quem entrou de 2004 pra cá tem o fundo financeiro, que tem muito dinheiro e pouquíssimos aposentados. A gente tentou fazer uma migração, que infelizmente a justiça disse que era inconstitucional. Estamos batalhando em Brasília para termos o aval do ministério para fazer essa mudança na segregação dos fundos, migrando um pacote de servidores do fundo deficitário para o fundo superavitário, com isso a gente consegue dar uma equilibrada sem penalizar o servidor”, afirma.

Reforma da Previdência

“É claro que vamos ter que colocar a alíquota para 14% do servidor ativo e dos aposentados que ganham mais de R$ 5.600 reais. Somos obrigados a fazer isso, mas eu não vejo lógica em mexer com o aposentado que ganha de um salário até o teto do INSS, que ele não recolhe hoje. Hoje ele recolhe zero e de uma hora para outra ele recolher 14%. Se o Governo Federal não me obrigar, eu não vou fazer isso, porque primeiro, o retorno para o caixa é pequeno e eu acho que é uma crueldade que você vai atingir aquele aposentado. O aposentado ganha R$ 2 mil reais, não recolhe nada, no final do mês vão recolher 14% e vão tirar do salário dele R$ 180, que é um remédio, um alimento, uma roupa, uma coisa para o filho, da pessoa que já não tem. Vai penalizar aquele que já ganha muito pouco”.

Arrecadação

“A arrecadação própria foi bem. A gente tem profissionais muito capacitados na SEMEC, é um pessoal da casa muito bom e a gente conseguiu aumentar nossa receita própria, mas ainda aquém do que a gente necessitaria. A gente teve alguns recursos extraordinários, a gente vende a folha para o Itaú e é com esse dinheiro que a gente tem feito esses recapeamentos, por exemplo. A gente vai ter agora a sessão onerosa, dia 30. Então a gente deve receber entre 25 e 26 milhões (foi 22), mas a gente sabe que é um dinheiro que a gente não vai ter ano que vem, então vai ser um ano bem apertado”. Itaú e sessão onerosa dá uns 70 milhões, que a gente não vai ter. É um dinheiro extra, mas a gente tá correndo com outras formas de arrecadação.

A queda no FPM

“O FPM caiu porque ele é decidido através do IDH. Como o IDH de Maceió cresceu, ele saiu de determinado patamar, então como está acima do IDH precisa menos de FPM. É o segundo ano consecutivo que a gente tem uma redução em torno de R$ 70 milhões por ano. Esse dinheiro extra (cessão onerosa e Itau) cobriu para este ano a diferença, mas não vamos ter ano que vem.”

ISS

“O turismo ajuda no ISS. Paga a conta da luz do Natal (em tom de descontração…). A gente tem um gasto maior neste período. Reforçamos coleta de lixo na orla. É sempre bom ver a cidade cheia. É muito bacana”, concluiu.

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Redação com Blog do Edivaldo Júnior

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