A reunião realizada ontem entre deputados e os presidentes da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão, e o da Agência Reguladora de Serviços Públicos (Arsal), Ronaldo Medeiros, sobre os aumentos da tarifa de água foi tema de debate durante a sessão plenária desta quarta-feira, 7.
O primeiro a abordar o assunto foi o deputado Davi Maia (DEM), autor do requerimento que motivou o encontro de terça-feira. “Reunião interessante onde demonstramos que nos últimos cinco anos a Casal reajustou sua tarifa em mais de 80%. Outra coisa que ficou clara foi que a Companhia baseou o aumento na tarifa d’água em valores de uma inflação que não existe”, afirmou. Davi ressaltou que não há legislação específica ou instrução normativa para a companhia se basear. “Nos últimos três anos, a Casal anunciou lucro, mas o passivo da empresa em 2017 era de R$ 388 milhões. Em 2018 foi de mais de R$ 430 milhões. Se aumentou o passivo, como se obteve lucro?” questionou o parlamentar
O deputado disse que está analisando os dados apresentados na reunião. “Vamos buscar, pelos meios legais, amenizar o impacto do aumento para o consumidor. Vou ao Procon e à Justiça questionar o reajuste e pedir a imediata redução da tarifa de água no Estado”, afirmou. Por fim, o deputado confirmou a convocação do presidente da Equatorial Energia, empresa que assumiu a operação da Companhia Energética de Alagoas (Ceal). “Essa empresa também vem prestando um péssimo serviço ao consumidor alagoano”, concluiu.
Contraponto
O líder do Governo na Casa, deputado Silvio Camelo (PV), também se posicionou sobre a vinda dos presidentes da Casal e da Arsal. “Nessa reunião foi tratada a situação da Casal, onde debatemos números, teses, formas de avaliação. Fiquei muito feliz porque essa Casa vem cumprindo seu papel”, disse Camelo, acrescentando que o governador Renan Filho colocou à disposição todo o seu secretariado e demais membros do Executivo para quaisquer esclarecimentos à Assembleia.
“Isso demonstra que o Governo não tem nada a temer. Ao contrário, o Governo tem avanços”, disse o líder governista. “Claro, nem tudo é feito de uma só vez. Há coisas a serem conquistadas. Mas todas as vezes que um membro do Governo vem aqui, coloca claramente todas as ações que estão sendo feitas”, prosseguiu Silvio Camelo, destacando o empenho de Clécio Falcão em responder os questionamentos feitos pelos parlamentares. “Ele respondeu que são cerca de 80 municípios alagoanos atendidos pela Casal. Destes, em torno de 5 ou 6 são superavitários, em aproximadamente 10 cidades a conta fica pela receita e que nos demais a Casal tem prejuízo”, contou Camelo, destacando, diante disso, o caráter social da empresa. “Se fosse privatizada, onde existe prejuízo a empresa ia fechar, mas como é estatal, tem o papel social que desempenha”, avalia o governista.
Ascom ALE
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