Bolsonaro diz que cabe a Guedes promover mudanças no Coaf

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/08/BOLSONARO-E-GUEDES.jpgBolsonaro diz que cabe a Guedes promover mudanças no Coaf

Presidente diz que ministro tem “carta branca” para sugerir mudanças dentro da própria pasta

Ao falar com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada na manhã deste domingo (4), o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem “carta branca” para sugerir mudanças dentro da própria pasta. Nos últimos dias, o nome do presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, que pertence ao ministério passou a ser questionado devido a críticas que ele teria feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender investigações que usem informações do Coaf, da Receita Federal e do Banco Central sem autorização judicial.

“Eu dei carta branca a todos os ministros para, vamos assim dizer, indicar as pessoas e o poder de veto. O Coaf, na medida provisória da reestruturação estava com o Ministério da Justiça. A partir do momento em que vai para a Economia, é o Paulo Guedes quem define. Ou alguém está desconfiando do Paulo Guedes agora aí? Qualquer um que quiser mudar qualquer coisa, muda sem problema nenhum não”, afirmou Bolsonaro. “Eu quero é que o seu ministério dê certo”, acrescentou o presidente.

A declaração de Bolsonaro foi uma resposta a reportagens veiculadas pelo jornal Folha de S. Paulo, que noticiaram haver uma pressão de pessoas próximas ao presidente contra Guedes para que Roberto Leonel fosse demitido. O presidente do Coaf teria se mostrado insatisfeito com o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, responsável pela decisão que impediu o acesso a dados do conselho para investigações.

As ações afetadas pelo despacho do ministro são as que tratam de crimes financeiros, como o de lavagem de dinheiro. O ministro atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho 01 do presidente da República, Jair Bolsonaro, e suspendeu o andamento de ações que utilizam informações repassadas por órgãos que são responsáveis por monitorar movimentações no sistema financeiro. O entendimento de Toffoli vale para todas as ações que utilizam dados repassados por essas entidades sem que tenha ocorrido autorização da Justiça.

No despacho, o ministro afirma que a suspensão é necessária para evitar que processos sejam anulados futuramente. O entendimento vale até que o Supremo julgue uma ação sobre o tema, agendada para ir ao plenário em novembro deste ano.
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Correio Braziliense

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