Justiça nega redução de 40% no piso de jornalistas alagoanos e amplia salários

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Por unanimidade dos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL) e após nove dias de uma greve histórica que ganhou projeção nacional e internacional, os jornalistas alagoanos obtiveram decisão contrária à proposta de redução de 40% de seus pisos salariais, formulada por emissoras de televisão afiliadas à Globo, SBT e Record, em Alagoas. Ao contrário da redução salarial pleiteada pelas empresas, o julgamento do dissídio também garantiu uma reposição de 3% nos salários dos jornalistas alagoanos, durante a sessão encerrada na tarde desta quarta-feira (3).

A decisão também negou descontos ou reposição das horas não trabalhadas durante a paralisação. E garantiu uma estabilidade dos grevistas por um prazo de 90 dias após a publicação do acórdão do julgamento. O que impede que assegura o recebimento dos salários deste período, mesmo com eventuais demissões sem justa causa.

O Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindijornal) considerou a decisão como uma vitória que garante a conquista histórica de Alagoas pelo seu piso salarial, que agora será o maior do país, superando o valor pago no Estado do Paraná. Em vez de reduzir para R$ 2.150,00, o piso salarial dos jornalistas, que atualmente é de R$ 3.565,27, alcançará o valor de R$ 3.672,22 com o aumento parcelado em quatro vezes.

Sem precisar fechar rodovias, impedir acesso de não grevistas às empresas, nem incendiar pneus, o movimento obteve mais de 90% de adesão da categoria e conquistou o respeito dos alagoanos atingidos pela queda da qualidade da programação local, com a substituição precária dos profissionais por jornalistas contratados e vindos de outros estados.

Repercussão e crise

Ontem, a hashtag #lutecomoumjornalista foi para o topo da lista de temas mais comentados no Brasil no Twitter, levando a rede social a explicar a luta dos jornalistas contra a redução salarial no Estado de Graciliano Ramos.

As empresas lideradas pela TV Gazeta (Globo), TV Pajuçara (Record) e TV Ponta Verde (SBT) argumentaram que vivem uma crise econômica atinge o setor da comunicação de todo o Brasil, citando como exemplo a necessidade de grandes investimentos em equipamentos para implantar TV digital, em meio ao fechamento de grandes jornais e revistas impressos e a redução para 10% de tiragens.

Mas os jornalistas alagoanos citam como peculiaridade na realidade do estado a histórica negação de direitos aos trabalhadores que não recebem horas extras há pelo menos quatro anos, sendo obrigar a cumprir cargas extras no expediente. E expôs que as empresas não apresentaram comprovação das perdas econômicas que alegam, e deixam de pagar os direitos de mais de 50 profissionais demitidos desde o final de 2018.

Após a decisão, a categoria se reuniu em assembleia diante da sede do TRT de Alagoas e já decidiu finalizar a greve e retornar ao trabalho nesta quinta-feira (4). As empresas podem recorrer da decisão no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Entre as personalidades locais e nacionais que apoiaram a greve, ontem, os jornalistas alagoanos ganharam o apoio da conterrânea Marta Vieira da Silva, a Rainha Marta eleita seis vezes melhor jogadora de futebol do mundo, que divulgou vídeo com mensagem de otimismo aos profissionais da imprensa de Alagoas.

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