Alagoas se rende ao poker

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2019/04/poker.jpgAlagoas se rende ao poker

Durante a última década, poucos esportes cresceram mais no mundo e no Brasil do que o poker. O número de praticantes desse esporte mental vem sendo alavancado em todo o território nacional e a expectativa é que esse movimento continue em ritmo acelerado.

O momento do poker nacional é tão positivo que o Brasil hoje conta com alguns dos principais nomes do circuito mundial, somando impressionantes quatro conquistas no WSOP (World Series of Poker), a maior competição do planeta. Além disso, o campeonato brasileiro BSOP (Brazilian Series of Poker, o maior da América Latina) atrai cada vez mais atletas de alto nível em etapas que percorrem o país de norte a sul durante a temporada.

Segundo estimativas da CBHT (Confederação Brasileira de Texas Hold’em), hoje existem cerca de 8 milhões de jogadores de poker em todo o território nacional. E esse número deve dobrar até 2022. Uelton Lima, o presidente das CBHT, garante que a meta é viável, apesar de difícil. Um bom indicativo desse crescimento contínuo é a presença de federações estaduais de poker em todos os Estados brasileiros, organizando torneios locais e revelando novos craques para o cenário esportivo.

É dentro desse contexto que Alagoas desponta como uma das principais potências nacionais no esporte mental.

A FATH (Federação Alagoana de Texas Hold’em), sediada em Maceió, representa a modalidade no Estado e conta com um clube oficial, o Maceió Hold’em Club. No local, realizam-se diversas atividades para promover o esporte no Estado, como encontros, treinos e competições. A maior delas é a APL (Alagoas Poker League), que garante aos seis primeiros colocados uma vaga no concorrido BSOP Millions, a principal etapa do campeonato brasileiro.

Foi neste campeonato que Henrique Lessa, natural de Maceió, sagrou-se campeão em 2017 na categoria Turbo Mega Deep, embolsando um prêmio de 50 mil reais. Praticante de poker há apenas quatro anos, o jovem atleta é um especialista no poker online e surpreendeu ao abocanhar o título numa competição “ao vivo”.

Outro grande nome do poker alagoano é Rogério Siqueira, natural de Arapiraca. Assim como a craque Marta, dona de seis troféus de melhor do mundo, Rogério também levou Alagoas ao topo do mundo ao conquistar um anel dourado do WSOP na categoria Omaha. Além deste título, ele também ostenta um troféu no Pokerstars Caribbean Adventure e uma vitória marcante no BSOP (Brazilian Series of Poker) de São Paulo.

Vivendo uma grande fase em sua carreira, Rogério celebra o bom momento do poker no Estado e promete mais alegrias ao povo alagoano. “Graças a Deus e aos meus resultados em torneios ao redor do mundo, hoje me encontro entre os Top 32 do país. Espero mais uma vez representar bem Araparica”, afirma o atleta.

Vale destacar também a trajetória de Aberivaldo Rocha-Café. O atleta nascido em São Miguel dos Campos brilhou ao chegar na final do BSOP Millions 2018 na categoria Pot Limit Omaha. Aberivaldo enfrentou na decisão o mineiro João Simão, considerado um dos principais jogadores do mundo na atualidade. A disputa foi acirrada, o que rendeu elogios de Simão ao alagoano: “O Café jogou superbem, deu um trabalho dando. Impressionante ver como o nível do poker no Brasil aumentou”.

A fase do poker alagoano anda tão em alta que o Estado enviou a sua própria seleção para o CBPE 2018 (Campeonato Brasileiro de Poker por Equipes), a maior competição de equipes do Brasil com 20 Estados participantes. Depois de ficar dois anos fora dessa disputa, a Seleção Alagoana voltou a figurar entre os times selecionados. Vale ressaltar que, nas edições de 2015 e 2016, a Seleção Alagoana já havia surpreendido ao avançar para a segunda fase.

Para a disputa de 2018, a equipe do Estado foi comandada por Rogério Siqueira. O técnico (e craque) convocou Abelardo Cavalcante, Aberivaldo Rocha-Café, Alen Filipi, Bel Leite, Igor Lopes e Tarcísio dos Anjos. A presença de Bel Leite na equipe, vale ressaltar, é um indicativo da crescente presença feminina na modalidade. Num esporte dominado por homens (95% dos participantes do WSOP 2018 eram homens), aos poucos as mulheres vêm tomando as rédeas e o protagonismo no poker. A prova disso é a mineira Gabriela Belisário, a primeira e única mulher a se sagrar campeã em uma etapa do BSOP.

Como podemos ver, motivos não faltam para entusiasmar os amantes de poker de Alagoas. Atraindo cada vez mais jogadores e jogadoras de todos os municípios, o nosso Estado já desponta como um dos grandes celeiros do poker nacional. E a promessa para os próximos anos é de cada vez mais campeões.

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Redação

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