Aterro de Maceió apresenta projeto capaz de transformar chorume em água limpa

http://edivaldojunior.com.br/wp-content/uploads/2018/09/14492113092018_vistageral_aterro_sanitario.jpgAterro de Maceió apresenta projeto capaz de transformar chorume em água limpa

Maceió celebra mais uma importante conquista para o meio ambiente. Depois de quatro anos de pesquisas, testes e de investimento em novas tecnologias, o Aterro Sanitário de Maceió (CTR Maceió), operado pela empresa V2 Ambiental, pertencente ao grupo Estre Ambiental, anuncia que já é capaz de transformar o chorume – o líquido escuro, fétido e altamente poluente resultante da decomposição do lixo – em água limpa.

A novidade coloca Maceió no time das raras cidades brasileiras que não precisam mais encaminhar seu chorume filtrado (em geral, com redução de 80% de sua carga poluente) para estações de tratamento de esgoto. Graças ao novo processo implantado e aprimorado pela equipe de engenheiros, biólogos e técnicos da Estre, o chorume pode agora ter sua carga orgânica reduzida em 99%, transformando-se em água limpa, possibilitando seu descarte adequado, dentre outras possíveis aplicações futuras.

“O resultado é uma água tão transparente quanto à de uso comum”, explica David Dias, gerente regional da Estre Ambiental. Após ter a eficiência comprovada por análises laboratoriais internas e em laboratórios certificados, a Estre aguarda apenas o trâmite final de liberação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SEDET) para iniciar a operação do novo processo.

O chorume é um dos produtos fruto da decomposição do lixo. Extremamente tóxico, tem alto poder poluente: um litro de chorume é o suficiente para contaminar nada menos do que 10.000 litros de água. A cada 1000 toneladas de lixo, 50.000 litros de chorume são gerados. Quando sai de um lixão, toda esta podridão escorre diretamente para o solo e rios. Já num aterro sanitário, graças às estruturas de impermeabilização do solo e de drenagem, ela é conduzida para tanques de tratamento, que geralmente se utilizam de processos químicos e biológicos para “limpar” e “diluir” o chorume, transformando-o em água suja comum, apta a ser lançada na rede de esgotos das cidades.

A moderna nanofiltração

A técnica que está permitindo ao aterro de Maceió dar um passo além neste processo chama-se nanofiltração. “É uma das mais avançadas entre as disponíveis para transformar o chorume em água de reuso ”, afirma Antonio Januzzi, gerente de novas tecnologias da Estre.

O processo completo leva cerca de 10 dias para transformar cada litro de chorume em um litro de água limpa. À medida em que é drenado pela tubulação subterrânea instalada sob o aterro de lixo, o chorume é depositado em um tanque gigante. De lá, o líquido segue um caminho entre tanques de tratamento químico e biológico, com bactérias anaeróbicas e aeróbicas capazes de digerir o material orgânico do chorume, num processo de reprodução controlado por análises microbiológicas.

A nanofiltração é a última etapa, composta por uma bateria de filtros especiais que promovem uma filtração forçada no material previamente clarificado pelos processos anteriores. “A carga orgânica média do chorume varia de 3.000 a 7.000 mg/L de DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio).”, explica David Dias. “Este novo processo consegue reduzi-la a valores menores que 10 mg/L, quase zero”, completa.

Após este período de testes, a Estre Ambiental, de São Paulo, grupo que controla a V2 Ambiental, já estuda a viabilidade de ampliar a capacidade de processamento do chorume e também de replicar a experiência de Alagoas em seus demais aterros.

CTR Maceió: Um dos mais modernos aterros do país

Enquanto a grande maioria dos municípios brasileiros corre contra o tempo para atender à determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que prorrogou até 2021 o último prazo para o fim dos lixões, a capital alagoana já exibe os efeitos positivos de ter se adiantado em executar uma de suas mais importantes obras urbanas.

Livres da montanha de lixo a céu aberto que crescia diariamente à velocidade de 1,2 toneladas e lançava 200 metros cúbicos de chorume por dia no solo e nos lençóis freáticos, o bairro de Cruz das Almas e toda a região Norte já apresentam grande revitalização, concretizando sua vocação, até então contida, de firmar-se como vetor de crescimento da cidade, atraindo importantes investimentos comerciais e imobiliários.

Instalado em 2010, após estudos de impacto ambiental e social, numa área de 140 hectares no bairro do Benedito Bentes, o Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Maceió, comandado pela V2 Ambiental, empresa do Grupo Estre Ambiental, é hoje exemplo de tecnologia. “Sem dúvida, estamos falando de um dos aterros mais modernos do país”, afirma o consultor ambiental Alder Flores.

Além de contar com dupla impermeabilização feita com mantas de polietileno e Bidim (geotêxtil 100% poliéster), o aterro de Maceió possui também outro diferencial em relação aos de outras cidades: concentra, em uma única área, células equipadas para receber diferentes classes de resíduos, como lixo doméstico, entulho, lixo vegetal e animais mortos.

Na unidade de beneficiamento de entulho, restos de construção são triturados e transformados em britas prontas a serem utilizadas em obras de pavimentação da prefeitura. Já no núcleo de lixo vegetal, proveniente da poda de árvores, a compostagem garante adubo orgânico para a manutenção do cinturão verde que envolve o próprio aterro.

Integrado ao Grupo Estre Ambiental, a maior empresa de serviços ambientais do Brasil e da América Latina, o aterro sanitário de Maceió segue o mesmo padrão de excelência dos principais aterros da Estre. Com o uso de tecnologia de ponta, a operação já conseguiu, por exemplo, prolongar de 5 para 7 anos a vida útil da primeira das quatro células previstas para o aterramento de lixo doméstico.

Todo este cuidado com a estrutura, seguido de um rígido controle que vai da chegada do lixo na balança ao monitoramento dos lençóis freáticos, das águas superficiais e da topografia, garantem o mínimo possível de impacto ambiental ao processo de tratamento do lixo, com nenhum tipo de contaminação para a região. “Enviamos constantemente para todos os órgãos fiscalizadores os resultados analíticos de nossas medições, além dos laudos de exames realizados por laboratórios de diferentes Estados”, afirma a David Dias, gerente regional do aterro.


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