Safra de cana de Alagoas será de apenas 13 milhões de toneladas

Safra de cana de Alagoas será de apenas 13 milhões de toneladas

Independente do tamanho, já se sabe que a safra de cana-de-açúcar 17/18, iniciada essa semana em Alagoas será menor – a menor da história recente do setor sucroalcooleiro do estado.

A estimativa do Sindaçúcar-AL é otimista. Considerando as chuvas generosas que caem sobre os canaviais alagoanos desde maio, o Sindicato que representa as indústrias do setor estima um “teto” de até 15 milhões de toneladas de cana.

Confirmado esse número, a redução ante a safra anterior, de 16,1 milhões de toneladas, será de 7%.

A Asplana, associação que representa dos fornecedores de cana de Alagoas, faz uma estimativa diferente, a partir de dados que apontam para uma grande redução na produção.

“Alagoas chegou a moer 26 milhões de toneladas de cana. Nos últimos seis anos o estado vem diminuindo essa produção. No ciclo passado nós moemos 16 milhões de toneladas de cana e a perspectiva é que este ano, devido a grande seca que nós tivemos, a maior seca dos últimos cem anos, que afetou os canaviais do estado, nós vamos moer só 13 milhões de cana”, aponta Edgar Filho.

A redução, nesse caso, seria de cerca de 20%, com um forte impacto financeiro dessa quebra de safra, alerta Edgar Filho: “Alagoas é um estado que vive basicamente da monocultura da cana. Essa perda vai, portanto, afetar todo estado. São cerca de 300 milhões a 400 milhões que deixam de circular na economia e isso faz uma falta muito grande”, aponta.

O presidente da Asplana acredita que a situação poderá ser ainda pior, dependendo das chuvas durante o verão: “a redução poderá chegar a cerca de 30%”, resume.

A redução de matéria-prima no campo também afeta a sobrevivência das indústrias e mais usinas podem fechar nesta e nas próximas safras: “Em Alagoas nós perdemos 9 usinas nesses últimos seis anos. Para um estado que vive basicamente da cana-de-açúcar, isso é um impacto muito grande”, enfatiza.

Edgar avalia que “a politica equivocada” do governo federal no controle do preço gasolina no passado afetou diretamente o faturamento das usinas no país inteiro, principalmente em Alagoas: “isso fez com essas usinas fechassem ou reduzissem suas atividades e consequentemente não tivessem dinheiro para renovar ou manter seus canaviais, além de deixar de pagar os fornecedores de cana”, aponta.

A redução da produção será proporcionalmente maior entre os fornecedores do que na cana própria das usinas, admite Edgar.

Ele atribui essa quebra maior, que pode chegar a 50%, a seca que ocorreu até abril, a perda de socaria dos canaviais, a flata de irrigação e principalmente a problema financeiros: “Nós (fornecedores) enfrentamos um problema muito grande em Alagoas no ano passado e ano retrasado por falta de pagamento das usinas com o fornecedor de cana, fazendo com que muitos não tivessem condições de renovar seus canaviais ou desistissem da atividade”.

Edivaldo Junior

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Redação

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