Em plena safra de cana, importação de etanol prejudica setor sucroalcooleiro de Alagoas

Em plena safra de cana, importação de etanol prejudica setor sucroalcooleiro de Alagoas

O Brasil costuma importar etanol para resolver problemas de abastecimento, provocados pela quebra de safra de cana-de-açúcar. Não é o que está acontecendo agora.

Em plena safra de cana no Nordeste, o Brasil está importando etanol de milho dos EUA para a região.

Somente Alagoas recebeu, este mês, dois navios com o combustível, cada um com cerca de 12 milhões de litros. Outros dois estão programados para chegar nos próximos dias.

A importação do etanol, feita a partir do Maranhão, que não cobra ICMS para a internalização do produto, está afetando o mercado local e prejudicando as usinas do estado. O alerta é do presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas.

“O etanol de milho tem, como se sabe, qualidade inferior ao da cana. Mas o principal problema é que a importação pressiona os preços, afetando empresas e empregos locais, em favor da economia dos EUA”, reclama o presidente do Sindaçúcar-AL.

Pedro Robério Nogueira avisa que o sindicato pediu uma investigação sobre o processo de importação de etanol à Secretaria da Fazenda: “a importação, sem o pagamento de ICMS, gera concorrência desleal, especialmente no momento em que estamos em plena safra. A Sefaz precisa investigar se esse processo é legal”, aponta.

A importação do etanol está sendo feita por duas empresas produtoras de açúcar e etanol do Sudeste, a Raizen e a Coopersucar. Em outras palavras, o combustível que chega por aqui, deixa de fazer a roda girar na economia local, para aquecer a economia de São Paulo e dos EUA.


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