Renan avisa que não vai participar de eventual governo de Michel Temer

Renan avisa que não vai participar de eventual governo de Michel Temer

O presidente do Senado está levando a sério – mais do que parece – o seu papel de “magistrado”.

Desde o início do processo do impeachment, na Câmara Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) avisou que não iria se “envolver” para preservar o seu papel institucional.

Diferente do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a postura “republicana” do senador tem fortalecido o seu papel como presidente do Congresso Nacional, a ponto dele ter recebido na residência oficial do Senado a visita do vice-presidente Michel Temer duas vezes nas últimas semanas.

Há quem diga que Cunha, que é vizinho de Renan Calheiros, anda se queixando de não ter recebido, apesar de seu esforço no impeachment, nenhuma visita ou aceno público de Temer.

As conversas de Renan Calheiros, no entanto, vão além do seu partido. Essa semana, além de encontrar Temer e Aécio Neves, ele teve reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.

Após encontro, que chegou a ser classificado como de “reconciliação” entre Renan e Temer, o presidente do Senado diz que terá com um eventual novo governo a mesma relação que tem com Dilma Rousseff. Será uma relação institucional.

“Eu vou ter, como presidente do Senado, a mesma relação com o novo governo, se for o caso, que tive com a presidente Dilma. Eu entendo que é incompatível participar da formação de governo sendo presidente do Senado Federal”, afirmou Renan.

Além de não participar do novo governo, Renan não fará indicações e, para preservar seu papel, não votará no processo de admissibilidade do impeachment no Senado.

“Nesta primeira votação, eu não vou votar e não devo votar, porque a isenção que o cargo [de presidente do Senado] requer para que eu tenha condições de continuar conversando com todo mundo não me permite exatamente ter lado. Ao final, cada senador será transformado em julgador”, antecipou Renan.

O comportamento do senador, ao menos em público, tem agradado tanto governo quanto oposição. Resta saber se ele conseguirá manter a postura depois da posse de Temer, prevista para 13 de maio. Até porque Michel “foi” à procura de Renan, como fez com vários deputados, antes da votação do impeachment.

O que se sabe em Brasília é que o vice-presidente já “esqueceu” os deputados federais e só tem olhos para os senadores. Com a “caneta na mão”, Temer terá força política, ao menos nos primeiros dias do governo tampão, suficiente para manter a governabilidade e talvez não precise do “papel institucional” de Renan Calheiros.

Repercussão

O papel, os conselhos e o comportamento de Renan Calheiros na mudança de governo ganhou destaque na mídia nacional. A seguir, alguns links sobre a relação com Dilma, Temer e a decisão de não votar no impeachment:

http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/04/renan-diz-que-relacao-com-eventual-novo-governo-sera-como-com-dilma.html

http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-04/renan-diz-que-nao-votara-sobre-afastamento-de-dilma-e-conversa-com-temer-e

http://extra.globo.com/noticias/brasil/renan-diz-temer-que-hora-de-superar-pauta-de-ocupacao-de-cargos-19182011.html

http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/04/renan-diz-que-relacao-com-eventual-novo-governo-sera-como-com-dilma.html


EJ

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Redação

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