De novo Alagoas está no olho do furação. O estado, como se sabe, esteve no centro do impeachment do presidente Fernando Collor, em 1992.
Collor, embora tenha perdido o mandato, foi absolvido anos depois pelo STF. Era tarde. Quem iria lhe devolver tempo que lhe restava à frente da presidência?
Com Dilma Rousseff, o destino poderá ser o mesmo. A presidente está sendo julgada na Câmara Federal, segundo sua defesa, sem ter cometido crime de responsabilidade. Se tirado seu mandato e ela for julgada inocente destes crimes, depois, o mandato não voltará mais.
Golpe na democracia ou não, o destino de Dilma Rousseff passará por Alagoas.
O Estado tem tudo dar a “palavra final” no processo de impeachment – de um jeito ou de outro.
Com o “placar apertado” a aceitação ou recusa do pedido pode sair na bancada de Alagoas na Câmara Federal, a última a votar no domingo.
Se passar na Câmara Federal, mesmo que antes de chegar na bancada de Alagoas, o pedido vai cari no colo do presidente do Senado, o alagoano Renan Calheiros, do PMDB.
Aperto
O Palácio do Planalto, apesar da aparente desvantagem, trabalha ainda com a possibilidade de conseguir derrubar no plenário da Câmara Federal o impeachment. A conta nesta quinta-feira, 14, foi fechada com menos otimismo. O governo contava apenas com 174 votos, apenas 3 a mais do que o necessário. Já a oposição canta vitória antes do tempo e fala em até 380 votos, quando precisa apenas de 342.
Restam dois
Em Alagoas, como antecipei aqui, apenas dois deputados ainda não declararam o voto no impeachment: Marx Beltrão e Ronaldo Lessa.
Marx Beltrão adianta que anuncia sua decisão antes da votação. “Como a bancada de Alagoas votará por último, farei questão de anunciar minha posição antes, para que depois não digam que decidi de última hora pela conveniência do momento”, pondera.
O quadro, acredita Marx Beltrão, continua indefinido. “Tem muita conversa fiada em torno do impeachment, muitas informações desencontradas. A decisão, embora no momento seja aparentemente favorável a oposição, vai ficar para o domingo”, avalia.
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EJ