Embrapa inaugura terceiro maior banco genético do mundo

Embrapa inaugura terceiro maior banco genético do mundo

Um moderno prédio de mais de dois mil metros quadrados divididos em dois pavimentos abrigará uma das maiores coleções mundiais de recursos genéticos e será a terceira maior instalação do mundo desse gênero em capacidade de armazenamento. Inaugurado na manhã do dia 24 de abril, o novo Banco Genético da Embrapa deu início às comemorações dos 41 anos da Embrapa. A cerimônia contou com o depósito do primeiro material do novo banco realizado pelo presidente da Empresa, Maurício Antônio Lopes.

As instalações compõem a infraestrutura da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF) e tem capacidade para abrigar até 750 mil amostras de sementes, dez mil vegetais in vitro, além das coleções mantidas a 180º C negativos por meio de nitrogênio líquido, método conhecido como criopreservação, que manterá mais de 200 mil amostras vegetais, animais ou de microrganismos. Ao todo, o prédio terá capacidade para abrigar mais de um milhão de amostras nos diferentes métodos de armazenamento. A obra envolveu investimentos da ordem de R$13 milhões oriundos de emendas parlamentares e da própria Embrapa.

“Os recursos genéticos são a base da pesquisa e o pilar central da agronomia brasileira,” disse o presidente ressaltando que a capacidade do novo Banco Genético da Embrapa colocará o Brasil entre os três maiores repositórios mundiais do gênero. Para Maurício Lopes, as grandes conquistas da pesquisa agropecuária nacional se deram graças ao domínio da genética. “Adaptamos bovinos da Índia, soja da China e gramíneas da África às condições brasileiras porque soubemos trabalhar com a diversidade genética, daí a importância de um empreendimento como este”, colocou o presidente da Embrapa.

Após a inauguração, foi realizado um passeio pelo novo espaço que engloba quatro câmaras frias para conservação em longo prazo, sala de recepção de sementes, câmaras de espera e secagem, laboratório de fitopatologia, salas de coleção de base in vitro, e salas de tanques de criogenia para armazenamento de germoplasma vegetal, animal e de microrganismos. Além de expandir as categorias de materiais a ser guardados, o novo prédio já conta com infraestrutura laboratorial, facilitando a logística de várias pesquisas.

O prédio ainda possui um showroom com exposição permanente de tecnologias da Embrapa e da história da conservação ex-situ na empresa. Na laje, será instalada uma fábrica de nitrogênio líquido, elemento fundamental para a conservação de amostras a temperaturas ultrabaixas.

“O Brasil ingressa no grupo dos grandes países que preservam o patrimônio genético da humanidade”, comemorou o chefe geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Mauro Carneiro, para quem o banco recém-inaugurado impulsionará pesquisas e será um importante repositório de segurança para materiais de interesse agropecuário. O Banco Genético de Brasília receberá cópias de todos os bancos da Embrapa instalados em suas unidades de pesquisa distribuídas pelo Brasil, funcionando como um backup dessas coleções. “Não é possível pensar num país que seja grande produtor de alimentos sem possuir uma forte coleção de base”, acredita o chefe geral.

As novas instalações irão disponibilizar amostras para a realização de pesquisas voltadas a diferentes aplicações como o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, o estudo de microrganismos que podem controlar pragas e doenças das lavouras e ainda devolver ao campo espécies que foram perdidas ao longo do tempo.

Gerenciamento de dados genéticos
Os depósitos de materiais de toda a coleção genética da Embrapa serão gerenciados por um sistema de informação desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceira com a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP). Batizado de “Alelo” o sistema indica a localização de armazenamento de cada amostra e apresenta seus dados de caracterização como, por exemplo, indicação do local e data de coleta, quantidade armazenada, etc.

De acordo com Carneiro, o sistema Alelo terá diferentes níveis de acesso a depender do usuário que acessá-lo. “Um cidadão que quiser conhecer a coleção genética terá um nível de acesso mais genérico, enquanto que um pesquisador que trabalha com o Banco contará com informações aprofundadas”, explica o gestor.

Na ocasião, também foi lançada a publicação “Histórias e memórias da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia”, uma coletânea com depoimentos de 80 empregados entre pesquisadores, analistas, técnicos e assistentes que vivenciaram parte da história desse centro de pesquisa o qual completará 40 anos em novembro.

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Redação

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